Os 7 melhores livros estrangeiros lançados no Brasil em 2025 (até agora)

Os 7 melhores livros estrangeiros lançados no Brasil em 2025 (até agora)

Nem sempre é o tempo certo. Às vezes, os livros chegam antes — ou tarde demais. E, mesmo assim, ferem no ponto exato. 2025 não foi um ano de grandes promessas editoriais internacionais. Mas alguns títulos cruzaram fronteiras com o tipo de urgência que não levanta bandeira: preferem atravessar calados, como quem invade um sonho que já parecia esquecido. Não vieram para fazer barulho, mas para incomodar — discretamente, como pedra no sapato de um domingo longo demais.

Há uma espécie de parentesco entre eles, embora não se pareçam. Um se refugia na cozinha para lidar com o luto. Outro se perde numa fábrica que não fabrica nada. Há quem reescreva um clássico americano a partir da voz que foi silenciada por séculos. Outros ainda preferem habitar o intervalo — essa região estranha onde a linguagem falha, mas a sensação insiste.

Curiosamente, não há excessos. A contenção impera. A beleza, quando aparece, vem embutida na falha: um diário que não avança, um corpo que se destrói devagar, um conto que acaba antes de começar. A violência, aqui, não grita. Sussurra. Os melhores livros de 2025 não são para quem busca redenção. São para quem aceita ficar sem resposta.

E há poesia. Uma poesia que não se esconde atrás da métrica, mas também não se dobra ao verso decorativo. Uma poesia que sangra sem fazer cena. Cristina Peri Rossi assina sua vingança com amor — não como antídoto, mas como testemunho de quem resistiu à lógica do apagamento. Porque amar, nesses livros, é insistir. Mesmo que o mundo já tenha fechado as portas.

Sete livros. Sete formas de se manter em pé quando tudo afunda. Não como farol — isso seria fácil demais —, mas como pequenas brasas encobertas pelo silêncio. E quem sabe seja isso o que ainda salva: esse tipo de literatura que, mesmo sem querer, acende o escuro.

Porque há livros que chegam para nos lembrar que ainda estamos vivos. Mesmo que doam. Mesmo que custem. Mesmo que pareçam não dizer nada — e, por isso mesmo, digam tudo.