Crônicas

Há uma leva de corações decadentes  pulsando no centro sujo das grandes cidades

Há uma leva de corações decadentes pulsando no centro sujo das grandes cidades

Tenho certos conceitos aprisionados dentro da cabeça e isso é péssimo. Momentaneamente, eu sinto asco da espécie humana. Um andarilho para com câimbras. Um velhote que compra ouro e paga à vista cochila. Sonhará com fortunas ou sua afortunada juventude de volta? Uma moça de beleza impressionante abre passagem na multidão deixando rastros de Palmolive no ar. A vida é um filme noir: preto no branco, melodrama.

Não compre cães e gatos. Adote!

Não compre cães e gatos. Adote!

Confesso que, muitas vezes, sinto um nó no estômago. Vejo imagens de animais abandonados por ex-donos que se mudaram para outra cidade e deixaram seus cães e gatos para trás, como se eles fossem um sofá velho que não caberia na nova morada. Já me emocionei com as histórias de pessoas que nunca vi na vida, mas que contam como reencontraram seus animais de estimação ou relatam a dor de tê-los perdido.

Viver é sobreviver às tragédias e ao pior de nós mesmos

Viver é sobreviver às tragédias e ao pior de nós mesmos

A gente pensa que já viveu uma situação ruim, então chega outra pior. Nem sempre é diretamente conosco, mas nos afeta mesmo assim. Recentemente, assistimos ao espetáculo da morte em carne viva: ela veio com a lama, a água e o fogo. A certeza da morte nos força a sobreviver às tragédias. E nossa pior tragédia é viver sem esperança.

Não era amor

Não era amor

Sou um homem antiquado, maduro como uma banana, metido com uma mulher muito mais jovem, muito mais louca, igualmente imatura. Serei também um inseto? Quisera passar pela metamorfose de que nos fala Kafka e ser pisoteado por pés tão cativantes.