Tudo em excesso enjoa. Até sexo. No duro. Sem trocadilhos infames, por gentileza. Sexo demais pode acabar em verrugas, enjoos, estrias, filhos e pensões alimentícias. Cuidado! Meninos vestem azul. Meninas vestem rosa. Doidos varridos vestem camisa-de-força. Na medida em que se envelhece, as expectativas de um indivíduo para o Natal vão se arrefecendo, a ponto de se transformar na falta delas.
“A Última Fronteira” (“The Last Face”, 2016), dirigido por Sean Penn, mistura guerra e romance com Charlize Theron e Javier Bardem, ao lado de Adèle Exarchopoulos. Ela vive Wren Petersen, chefe de uma agência de ajuda; ele é Miguel Leon, médico de campo. Na Libéria em guerra civil, a relação avança sob risco constante e se desgasta quando os dois passam a divergir sobre como agir diante do conflito. Exibido na competição de Cannes, o filme chama atenção pelo contraste entre a intenção humanitária e uma encenação que torna o sofrimento visualmente atraente.
Na periferia de Los Angeles, Lou Bloom descobre que a morte rende imagens e que a audiência compra medo com prazer. Dan Gilroy filma esse aprendizado como uma fábula urbana: o aspirante a cinegrafista intercepta rádios, chega antes da polícia e negocia horrores por trocados. Do outro lado, Nina Romina, pressionada por números, seleciona vítimas e bairros como quem monta vitrine. Entre ética, mercado e predadores noturnos, o filme revela um país viciado em espetáculo, premia a frieza com fama.
Na continuação, Gemma tenta retomar a rotina com a sobrinha Cady enquanto defende regras para inteligência artificial. Um projeto secreto do Pentágono cria AMELIA, androide armado baseado na tecnologia de M3GAN, e perde o controle durante uma missão. O Exército procura Gemma. M3GAN reaparece na casa, pede um corpo e promete ajudar a deter AMELIA. A partir daí, a disputa envolve um bilionário do setor, um especialista em segurança e um cofre com hardware antigo em antigas instalações da Xenox.
Nesta crítica, o suspense disponível na Netflix é apresentado pelo que faz melhor: transformar um acidente banal em pressão constante. O texto segue a cadeia de escolhas, mostra como a culpa reorganiza relações e aponta as cenas em que a direção usa silêncio, portas e telefonemas para estreitar o espaço dos personagens. Sem entregar o desfecho, comenta o ritmo dos 125 minutos, o duelo entre os protagonistas e por que a tensão não depende de sustos fáceis a cada virada.
