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Com uma estética envenenada pelo desejo e uma trama que reverte hierarquias de poder, “Babygirl” explora os limites entre fantasia, dominação e autossabotagem. Nicole Kidman e Harris Dickinson mergulham em um jogo erótico de espelhos e silêncios, onde o prazer é tão devastador quanto a culpa que o acompanha. Halina Reijn provoca o espectador com um suspense íntimo, inquietante e corrosivo, que recusa qualquer saída confortável ou julgamento fácil.

Narrativas como a de “Babygirl” voltam com gosto ao Anjo Pornográfico, que fazia questão de esfregar na cara dos hipócritas seu desprezo pelo que as pessoas fazem na calada da noite, por debaixo dos panos, escondendo-se do julgamento de seus pares e do seu próprio. Halina Reijn decerto nunca ouviu falar de Nelson, mas ousa aprofundar-se nos acordos muito íntimos entre uma executiva, madura e no topo da carreira, e seu novo estagiário, trinta anos mais novo e nada afeito a convenções sociais.