Autor: Natália Walendolf

Comédia romântica com Reese Witherspoon e Mark Ruffalo, na Netflix, vai deixar seu domingo mais leve e feliz Divulgação / Dreamworks Pictures

Comédia romântica com Reese Witherspoon e Mark Ruffalo, na Netflix, vai deixar seu domingo mais leve e feliz

Poucos filmes conseguem lidar com o absurdo sem recorrer à caricatura. “E Se Fosse Verdade” parte de um enredo que, em mãos menos hábeis, seria facilmente engolido pelo melodrama ou pela ingenuidade do sobrenatural. Mas o que poderia ser apenas mais uma fábula romântica entre vivos e “desencarnados” ganha contornos mais complexos ao explorar, com surpreendente leveza, uma verdade difícil de encarar: o quanto adiamos a conexão humana em nome de uma vida funcional.

O filme que entra em silêncio… e fica na sua cabeça por dias — na Max agora mesmo Divulgação / Killer Films

O filme que entra em silêncio… e fica na sua cabeça por dias — na Max agora mesmo

O que resta de uma vida quando a linguagem, que sustentava tudo, começa a falhar? Em “Para Sempre Alice”, acompanhamos a lenta dissolução de uma mente brilhante diante do Alzheimer precoce. Não se trata de um drama sobre a morte, mas sobre o esvaziamento de si — um filme que observa com precisão dolorosa o que acontece quando o eu deixa de ser reconhecível até para quem o habita.

Se você ainda não teve tempo de assistir, aproveite o feriado para tirar do atraso — o melhor romance de 2025, na Netflix Nicole Rivelli / Netflix

Se você ainda não teve tempo de assistir, aproveite o feriado para tirar do atraso — o melhor romance de 2025, na Netflix

Há histórias que não se tornam relevantes pelo ineditismo, mas pela capacidade de tratar o já conhecido com honestidade emocional e escuta sensível. “A Lista da Minha Vida” parte de um terreno pisado por tantos outros dramas familiares: a morte de um ente querido, o reencontro com o passado, o resgate de vínculos em frangalhos. Mas é justamente por evitar o exibicionismo emocional que o filme escapa da irrelevância.

A mais nova obra-prima de Almodóvar sincroniza Tilda Swinton com Julianne Moore em melodia visceral, na Netflix Divulgação / Crea SGR

A mais nova obra-prima de Almodóvar sincroniza Tilda Swinton com Julianne Moore em melodia visceral, na Netflix

Há diretores cuja assinatura não depende apenas de um estilo visual, mas de um pacto íntimo com a linguagem — e não apenas a da câmera. Pedro Almodóvar é um desses casos raros. Seu cinema sempre se articulou a partir de uma gramática afetiva que mistura excesso e silêncio, melodrama e autoironia, construindo atmosferas em que o improvável adquire densidade emocional. Em “O Quarto ao Lado”, sua primeira incursão em um longa-metragem falado em inglês, essa equação vacila.

Com 13 indicações ao Oscar, o filme mais esperado do ano finalmente chegou ao Prime Video — e não decepciona Divulgação / Pathe Films

Com 13 indicações ao Oscar, o filme mais esperado do ano finalmente chegou ao Prime Video — e não decepciona

Jacques Audiard desafia as convenções narrativas em “Emilia Pérez”, combinando musical, melodrama e farsa política numa trama sobre identidade, culpa e reinvenção. Ao transformar um narcotraficante em uma ativista trans que enfrenta os fantasmas de sua própria violência, o diretor entrega um experimento ousado, ambíguo e formalmente provocador que perturba, provoca e seduz com igual intensidade — tudo sob um verniz deliberadamente artificial.