Autor: Helena Oliveira

O melhor filme de Al Pacino é Robert DeNiro depois de “O Poderoso Chefão”, no Prime Video Divulgação / Warner Bros.

O melhor filme de Al Pacino é Robert DeNiro depois de “O Poderoso Chefão”, no Prime Video

A cidade que nunca dorme é, por instantes, engolida por um silêncio que diz mais que o estrondo de tiros. Em “Fogo Contra Fogo”, Michael Mann transforma Los Angeles num organismo exausto, onde as luzes noturnas não iluminam, denunciam. Entre esse brilho saturado e as sombras onde o crime se esgueira, o diretor compõe uma partitura de ruídos e vazios que não apenas marcam o tempo da ação, mas desnudam a alma dos que nela se perdem.

Thriller de ação arrebatador de Ben Affleck, com Jeremy Renner, na Max Divulgação / Warner Bros.

Thriller de ação arrebatador de Ben Affleck, com Jeremy Renner, na Max

Há lugares onde a criminalidade não é apenas uma ocorrência — é uma herança. “Atração Perigosa”, dirigido e protagonizado por Ben Affleck, escava justamente esse território: não o do assalto em si, mas o da tradição que o sustenta. O bairro de Charlestown, em Boston, torna-se o campo simbólico onde a violência e a sobrevivência travam um duelo mudo e íntimo, sustentado por códigos não escritos e por lealdades que operam como algemas.

170 milhões de pessoas nos cinemas e bilheteria de 4 bilhões: se você nunca gostou de filmes de herói, essa pode ser sua única chance, no Prime Video Divulgação / Warner Bros.

170 milhões de pessoas nos cinemas e bilheteria de 4 bilhões: se você nunca gostou de filmes de herói, essa pode ser sua única chance, no Prime Video

Não há nada de heróico no olhar de Bruce Wayne. Na versão concebida por Matt Reeves, os olhos do protagonista não salvam, não inspiram, tampouco pedem redenção. Eles vigiam. O mundo, nesta Gotham apodrecida, não precisa de salvação, mas de uma espécie de purgação — e é nesse território ambíguo entre punição e justiça que “Batman” se instala. Ao contrário da euforia pirotécnica que costuma ditar o compasso dos filmes de super-herói, a obra opta por desacelerar e submergir em um terreno mais denso: a investigação, o lodo urbano, os códigos morais que colapsam silenciosamente.

Simples, leve e deliciosamente boba: a comédia da Netflix que entende que rir também é cura Divulgação / Netflix

Simples, leve e deliciosamente boba: a comédia da Netflix que entende que rir também é cura

Azra domina a arte de orientar outras mulheres a viverem melhor — ao menos na teoria. Quando aceita transformar a vida amorosa da desajeitada Hande, o que parecia ser apenas mais um projeto pessoal acaba revelando zonas de conflito que nem ela mesma ousava encarar. Entre tropeços emocionais, aparências reformuladas e vínculos inesperados, nasce uma comédia sobre querer se encontrar sem perder o próprio eixo, mesmo quando tudo à volta exige disfarces e certezas.

A Páscoa acabou, mas se você ainda busca alimento para sua fé, esse filme na Netflix é perfeito Mark Cassar / Mandalay Pictures

A Páscoa acabou, mas se você ainda busca alimento para sua fé, esse filme na Netflix é perfeito

Poucos filmes têm a ousadia de abordar o martírio sem ceder à tentação do heroísmo ou do sentimentalismo. “Paulo, Apóstolo de Cristo”, dirigido por Andrew Hyatt, é uma dessas raridades. Ao invés de exaltar o personagem-título como ícone de santidade ou símbolo de vitória espiritual, o longa opta por caminhar por terrenos menos confortáveis: a decadência física, o peso das memórias e a erosão da esperança num ambiente onde a fé, se ainda existe, é uma escolha brutalmente solitária.