Autor: Helena Oliveira

Thriller erótico subestimado com Neve Campbell está na Netflix e é mais inteligente do que você pensa Divulgação / Columbia Pictures

Thriller erótico subestimado com Neve Campbell está na Netflix e é mais inteligente do que você pensa

“Garotas Selvagens” é quase uma tese sobre o prazer de ser indecente num mundo obcecado por moralismo. Uma comédia erótica disfarçada de thriller que brinca com o próprio conceito de “baixo nível”. E o faz com uma convicção tão desavergonhada que acaba por se tornar, paradoxalmente, um exercício de inteligência. John McNaughton, que começou no horror com “Henry: Retrato de um Assassino”, parece aqui fascinado pelo oposto: a plasticidade do desejo, a estética do excesso e a manipulação como arte.

Fenômeno de bilheteria, filme de Steven Soderbergh lucrou 5 vezes mais que o próprio orçamento e está na Netflix Divulgação / Warner Bros.

Fenômeno de bilheteria, filme de Steven Soderbergh lucrou 5 vezes mais que o próprio orçamento e está na Netflix

“Onze Homens e um Segredo” é o exemplo mais elegante da combinação de cálculo e carisma. Sob o comando de Steven Soderbergh, o longa de 2001 faz algo que o cinema de assalto raramente consegue: transformar o crime em espetáculo, o planejamento em coreografia e a camaradagem em sedução. Em vez de apenas narrar um roubo, o filme encena uma ode à esperteza, não a brutal, mas a engenhosa, a que se move com o mesmo ritmo de uma música tocada por quem domina o instrumento.

Romance com Hilary Swank que fez mais de 30 milhões de espectadores caírem aos prantos nos cinemas está na Netflix Divulgação / Warner Bros.

Romance com Hilary Swank que fez mais de 30 milhões de espectadores caírem aos prantos nos cinemas está na Netflix

Há filmes que não pretendem reinventar o romance, mas ressignificá-lo sob o peso da perda, e é justamente nesse território frágil entre o amor e o luto que “P.S. Eu Te Amo” encontra sua força. Sob a direção de Richard LaGravenese, o filme parte de uma premissa simples, quase ingênua, para investigar algo que raramente o cinema trata sem ironia ou excesso de sentimentalismo: o que permanece de um amor quando a presença física desaparece.

O épico que redefiniu o cinema está na Netflix Divulgação / Paramount Pictures

O épico que redefiniu o cinema está na Netflix

O hálito gelado que percorre “O Poderoso Chefão — Parte 2” não é apenas consequência das mortes e traições: é a convicção de que o poder, quando alcançado sem rede de afetos, transforma a vida numa paisagem de rumor e vazio. Aqui existe uma conjunção estrutural rara: dois tempos narrativos que se entrelaçam para tecer uma única lição moral, não sobre a eficácia do poder, mas sobre seu preço íntimo.

Esse é um dos meus filmes favoritos e te explico a razão pelo qual deveria ser o seu também  — na Netflix Divulgação / Paramount Vantage

Esse é um dos meus filmes favoritos e te explico a razão pelo qual deveria ser o seu também — na Netflix

Há algo de ancestral na fascinação pelo isolamento: esse desejo de desaparecer do mundo, de medir a própria força diante do silêncio absoluto. Em “Na Natureza Selvagem”, Sean Penn transforma a fuga de Christopher McCandless em um espelho incômodo, onde o impulso romântico de libertação se choca com a realidade inegociável da natureza. O filme, inspirado no livro de Jon Krakauer, não se limita a narrar uma aventura trágica; ele investiga uma forma de purificação existencial, uma tentativa de apagar as marcas da civilização em troca de uma comunhão idealizada com o essencial.