Autor: Helena Oliveira

Cânones ou castigos? 5 títulos que ninguém relê por vontade

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Clássicos são montanhas literárias que juramos escalar um dia, mas que, ao final da quarta página, nos fazem considerar um mergulho voluntário em qualquer caldeirão fervente de vídeos curtos e listas de supermercado. Ninguém nega que são marcos da civilização ocidental, e que, com frequência, pesam como ela. Tentamos encará-los com seriedade, como se estivessem nos avaliando também, mas o que começa como leitura vira penitência, e o marcador de página passa mais tempo dormindo do que trabalhando.

5 obras literárias minúsculas com impacto de avalanche

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Algumas histórias chegam como quem não quer nada, do tamanho de um cochicho na fila do pão, e quando a gente vê, já desmoronaram a nossa compostura emocional com a delicadeza de uma escavadeira. É como abrir um bombom inocente e encontrar dentro uma tese existencialista. São textos pequeninos que ignoram solenemente a etiqueta da modéstia, sentam no nosso colo e contam verdades desconcertantes como se fossem piadas.

7 livros para quem já superou a fase “autoajuda disfarçada de literatura” e quer narrativas que não subestimem sua inteligência

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Chega uma hora em que a alma cansada de frases de impacto começa a se coçar com alergia a metáforas previsíveis e verbos no imperativo. Você percebe que já leu a mesma história vestida de guru de Instagram com chapéu Panamá e filtro sépia. É sempre alguém em crise, num café rústico, redescobrindo a vida com um caderno de anotações e um atendente misteriosamente sábio. É bonito até a terceira repetição.

5 livros brasileiros que viraram ‘clássicos’ à base de tédio e bajulação

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Existe um tipo muito específico de leitura que não apenas exige paciência, ela a suga até a última gota, depois pede mais e ainda agradece com uma dedicatória em francês. São livros que circulam entre grupos literários como se fossem relíquias, mas que, ao serem abertos, revelam páginas que parecem desafiar nossa capacidade de manter os olhos abertos. Cada parágrafo é um convite à soneca; cada capítulo, uma jornada que exige mais força de vontade que subir uma escada rolante parada.

6 livros que todo mundo recomenda, mas quase ninguém realmente terminou — a metade lida já rende opinião

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Alguns livros são como trilhas em matas fechadas — o início é bonito, denso, instigante. Mas poucos chegam ao fim. Não porque sejam ruins, mas porque exigem mais do que o tempo moderno sabe oferecer: silêncio, paciência, entrega. Ainda assim, são recomendados com fervor quase religioso. São lidos até a metade — e comentados como se o fim fosse dispensável. Aqui estão seis desses títulos: obras-primas interrompidas por cansaço, pressa ou desinteresse. Livros cuja fama sobrevive até quando a leitura morre na página 127.