Autor: Giancarlo Galdino

Literatura cristã disfarçada de ficção: manipulação religiosa nos best-sellers inspiradores

Literatura cristã disfarçada de ficção: manipulação religiosa nos best-sellers inspiradores

A literatura sempre foi um poderoso veículo para transmitir ideias, valores e crenças. Dos épicos do Mundo Antigo aos romances dessa insana era contemporânea, autores usam a ficção como espelho de seu tempo e como meio de guiar consciências. Entre os muitos gêneros literários que povoam as prateleiras das livrarias, um nicho crescente e polêmico se destaca: a literatura cristã. Os autores que produzem literatura cristã disfarçada de ficção frequentemente recorrem a estratégias narrativas específicas para transmitir valores e crenças religiosas de forma sutil. Ateus, agnósticos ou fiéis de outras religiões são retratados como perdidos. Não, isso não é literatura.

Você não precisa terminar um livro chato! Por que abandonar leituras é libertador

Você não precisa terminar um livro chato! Por que abandonar leituras é libertador

Cada qual sabe onde aperta-lhe o sapato, diz a voz cava das ruas. A ideia de abandonar uma leitura no meio, em especial uma que vem tomando tempo e energia, é vista como um sinal de autoderrota, desleixo, preguiça ou falta de compromisso. A insistência em terminar livros que não agradam pode desencadear um efeito colateral perigoso: o bloqueio do hábito de ler. Quando a leitura fica arrastada, é comum que o leitor perca o ânimo por tudo quanto lembre o universo da palavra escrita e, aos poucos, deixe de ler por completo. Tudo é uma questão de discernimento, conceito a só tempo tão gasto e tão vital e que costuma dar em excelentes providências.

10 livros que todo mundo finge que ama, mas secretamente achou insuportáveis

10 livros que todo mundo finge que ama, mas secretamente achou insuportáveis

A literatura, como qualquer manifestação artística, está sujeita a modas, convenções e expectativas, e frequentemente certos livros tornam-se ícones quase inquestionáveis do “bom gosto literário”. Basta uma menção ainda que despretensiosa a autores como James Joyce (1882-1941) ou Jean-Paul Sartre (1905-1980) para que muitos logo demonstrem sua reverência, mesmo sem jamais terem ultrapassado as primeiras páginas de seus livros mais célebres. “Finnegans Wake” e “A Náusea” juntam-se a mais oito livros nessa lista, pensada para dissipar a bruma de obscurantismo e até repulsa que sempre pairou sobre seus nomes. O bom jornalismo presta-se a isso também.

Crítico literário no Brasil virou relações públicas de editora

Crítico literário no Brasil virou relações públicas de editora

Críticos literários são uma espécie em extinção. Figuras centrais na mediação entre a obra literária e o leitor, gente como Sílvio Romero (1851-1914), José Veríssimo (1857-1916) e até recentemente Antonio Candido (1918-2017) desempenhou na crítica literária papel de formação — e não só na literatura. Tornar-se-ão os influenciadores os novos críticos literários? E o mais fundamental: em que medida isso irá mexer com a qualidade dos livros e do refinamento estético e da importância mesma da literatura? Muitas perguntas.

Por que a Flip virou o Lollapalooza do ego literário

Por que a Flip virou o Lollapalooza do ego literário

Há duas décadas, desde sua criação em 2003, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) consolidou-se como um dos principais encontros literários do Brasil e da América Latina. Idealizada pela editora inglesa Liz Calder, a Flip surgiu com o objetivo de juntar escritores, leitores e o pensamento crítico. Mas com o passar dos anos, o que era um espaço de celebração da literatura tornou-se, quase sempre, uma passarela de vaidades. O escritor de hoje não pode mais apenas escrever: ele precisa performar. Coube a este modesto ensaísta o triste diagnóstico.