Autor: Giancarlo Galdino

7 livros que previram os colapsos do século

7 livros que previram os colapsos do século

O século 21 nasceu sob o signo da promessa. Entretanto, as duas primeiras décadas deste insano século trataram de colocar abaixo as ilusões, e esfregar-nos na cara que continuamos a nos lançar no abismo da intolerância, do ódio, da desigualdade social, talvez esperando a invasão dos bárbaros. “A Era das Catástrofes” (1994), de Eric Hobsbawm (1917-2012), sintetiza o colapso do século 21, plantado e adubado à farta ao longo do século que o antecedeu, e traz consigo análises que os demais seis volumes desta seleção ecoam.

Se Clarice Lispector tivesse Twitter, seria cancelada em três dias

Se Clarice Lispector tivesse Twitter, seria cancelada em três dias

Que Clarice Lispector (1920-1977) é muito mais citada que lida não resta dúvida. Quase meio século depois de sua morte, Clarice parece ter caído nas graças de leitores e não leitores, prontos, estes mais que os primeiros, a tecer as mais estapafúrdias teorias acerca da escritora, sua caudalosa produção quase sempre certeira, suas manias, seu temperamento quase nunca preciso. Essa paixão ignorante dá azo a devaneios tão insólitos quanto disparatados. Imaginá-la no Twitter, por exemplo, é um tentador anacronismo.

Se Castelo Rá-Tim-Bum estreasse hoje, seria cancelado

Se Castelo Rá-Tim-Bum estreasse hoje, seria cancelado

Criado por Cao Hamburger e Flavio de Souza, o “Castelo Rá-Tim-Bum” (1994-1997) até hoje é reverenciado como sinônimo de produção lúdica e educacional. Contudo, se fosse relançado agora, em plena era das redes sociais, da polarização e das suscetibilidades, a glória haveria de ser a mesma ou Nino, Doutor Victor, Morgana e companhia amargariam uma rejeição instantânea e encarniçada?

O renascimento dos sebos: por que o livro físico nunca morre

O renascimento dos sebos: por que o livro físico nunca morre

Os sebos, velhos templos do livro usado, têm resistido, e novas livrarias especializadas em volumes de segunda mão estão aparecendo em cidades do mundo inteiro. Esses estabelecimentos são uma prova incontestável do poder da memória e dos afetos, além, claro, de encarnar, ainda que de maneira simbólica, a força da tradição sobre a tecnologia e o tal progresso, atrabiliário e excludente em muitas ocasiões. Um aviso, sutil e romântico, de que o conhecimento não cai do azul.

A geração que aprendeu mais com Harry Potter do que com a escola

A geração que aprendeu mais com Harry Potter do que com a escola

Minha experiência com “Harry Potter” resume-se a, no início da tarde de um dia qualquer de 1997, passar os olhos na capa espalhafatosa do volume na estante de um shopping próximo à escola que frequentava, consultar o índice, ler umas tantas páginas e não sentir coisa alguma. Nasci velho, porém muita gente chega ao mundo com sua idade cronológica ajustada à natureza da vida como ela é, e dessa forma, a mina de ouro descoberta por J.K. Rowling têm sua razão de ser. “Harry Potter” encarrega-se de traduzir os códigos menos cartesianos da vida, e isso Rowling sabe.