Autor: Giancarlo Galdino

Filme baseado em obra-prima de Philip Roth revela como famílias desmoronam em silêncio — e por que ninguém quer falar sobre isso Divulgação / Lionsgate

Filme baseado em obra-prima de Philip Roth revela como famílias desmoronam em silêncio — e por que ninguém quer falar sobre isso

Roth faz esses apontamentos de forma cortante em “Pastoral Americana”, a crônica de uma família que enlouquece diante da guerra e das revoluções sociais ao longo da década de 1960. A adaptação do romance homônimo que Roth publicara em 1997 prima por frisar como mudam os sentimentos de uma filha por seus pais, influenciada por sua visão de mundo pacifista, mas não só.

O filme mais sombrio de Guy Ritchie tem um final que está deixando todo mundo desconcertado Divulgação / Miramax

O filme mais sombrio de Guy Ritchie tem um final que está deixando todo mundo desconcertado

A inexpressividade marmórea de Jason Statham, um rosto (e um corpo) já bastante conhecidos do público em enredos como este, realçam na medida o caráter eminentemente viril de “Infiltrado”. O filme de Guy Ritchie fala a uma maldade em estado bruto, mas judiciosa, que eleva a violência essencial que existe em cada um de nós à condição de refinado mecanismo que permite-nos continuar no jogo. Ritchie vale-se da rudeza de seu protagonista para engatar uma história comum à primeira vista, mas que conta com uma virada bastante original.

Philip Roth previu o cancelamento: o romance, escrito há 20 anos, que ainda explica os linchamentos digitais

Philip Roth previu o cancelamento: o romance, escrito há 20 anos, que ainda explica os linchamentos digitais

Talvez nenhum escritor tenha sido mais feliz em decifrar os tantos segredos de sua Terra como Philip Milton Roth (1933-2018). Bem a seu modo, desaboatadamente, Roth explica em “A Marca Humana” o gosto por ser a palmatória do mundo que acomete os Estados Unidos. Junto com “Pastoral Americana” (1997) e “Casei com um Comunista” (2000), “A Marca Humana” compõe a aclamada Trilogia Americana, na qual o romancista esgrime sobre a onipresente crise de identidade nacional, racismo e a praga do politicamente correto. Em mais de quatro centenas de páginas, a pena de Roth vai muito além do que se poderia supor, numa narrativa tão fluida quanto perturbadora.

5 livros que mudaram a minha vida — e podem mudar a sua

5 livros que mudaram a minha vida — e podem mudar a sua

Mas os livros salvam os homens e os homens, quem sabe, remedeiem a humanidade. Escolhi, desculpem-me a petulância, cinco publicações de autores e tempos diversos sobre as quais posso testemunhar sem medo a eficácia quanto a aplacar a impressão terrível de não ver lógica algum nessa patética jornada terrena. Fiódor Dostoiévski (1821-1881), claro, encabeça minha lista, e confesso que é uma tarefa inglória não dedicar-lhe todo o espaço.

Os 7 filmes de 2025 que deixaram todo mundo emocionado (e ninguém estava preparado) Divulgação / Walt Disney Studios Motion Pictures

Os 7 filmes de 2025 que deixaram todo mundo emocionado (e ninguém estava preparado)

O ser humano é, certamente, a manifestação de vida mais curiosa de toda a Criação. Quanto mais longe fica o homem do mundo, mais se aproxima de sua própria alma; seus mistérios, ainda que sempre absorventes, tornam-se menos indóceis, e a vida até parece mais fácil, uma vez que põe-se mais alerta e não se flagra vítima dos delírios que ele mesmo teima em criar. Escapando de certas armadilhas para permitir-se capturar por outras tantas, fazemos da existência a arte de saber se esquivar e de gostar de sofrer. Os sete filmes que escolhemos para esta lista, as estreias mais emocionantes dos últimos doze meses até o momento, espelham, cada qual a seu modo, essa tentativa de imprimir alguma ordem na caótica jornada humana aqui embaixo.