Autor: Fernando Machado

Considerada a melhor atuação da carreira de Al Pacino, um dos filmes mais icônicos do cinema está na Netflix Divulgação / Universal Pictures

Considerada a melhor atuação da carreira de Al Pacino, um dos filmes mais icônicos do cinema está na Netflix

Há interpretações que redefinem o sentido de um ator dentro do cinema, e a de Al Pacino em “Perfume de Mulher” faz parte desse território singular. O Oscar que ele recebeu por esse papel não foi apenas o reconhecimento de uma carreira, mas a consagração de uma entrega emocional que transcende qualquer limite técnico. Frank Slade, o coronel cego que vive entre o sarcasmo e o desespero, é uma figura moldada na fúria e na solidão, mas iluminada por lampejos de ternura e lucidez que o próprio Pacino faz emergir como quem acende uma chama em meio à escuridão.

Você vai levar um choque de realidade, mas vai agradecer: o filme que é uma lição inesquecível, na Netflix Divulgação / 1821 Pictures

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O que começa como uma sequência inesperada de brigas e pequenas provocações entre duas gerações rapidamente se revela como um estudo sutil e rigoroso sobre laços familiares e a complexidade de escolhas individuais. “Aprendendo com a Vovó” desloca a narrativa para um território que raramente aparece em filmes de humor contemporâneo, especialmente aqueles dirigidos por Paul Weitz, conhecido por projetos mais leves ou com tom de comédia romântica.

Sátira ao verniz moral da religião, comédia no Prime Video é diversão sem perder inteligência Divulgação / Infinity Media

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Há algo de deliciosamente incômodo em “Galera do Mal”, um filme que se disfarça de comédia colegial para, na verdade, esfolar o verniz moral de uma América que tenta conciliar fé e controle social. O que começa como sátira adolescente logo se revela um espelho distorcido (e dolorosamente reconhecível) de uma geração criada sob o dogma da pureza e o pavor da diferença.

Thriller esquecido com Michael Douglas e Brittany Murphy chega à Netflix e te lembra do quanto é perturbador Divulgação / Regency Enterprises

Thriller esquecido com Michael Douglas e Brittany Murphy chega à Netflix e te lembra do quanto é perturbador

Há filmes que parecem nascer do catálogo das convenções do gênero, e “Refém do Silêncio” é um desses curiosos paradoxos: previsível em superfície, mas estranho o bastante para despertar genuíno interesse. O que poderia ser apenas mais um suspense de sequestro, desses em que a vida de uma criança depende da rapidez com que um homem decifra um enigma, ganha densidade ao transformar o trauma em labirinto e a mente em cárcere.

Se Shakespeare entrasse em uma máquina do tempo: seu maior clássico repaginado está na Netflix Divulgação / Twentieth Century FOx

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Há algo de paradoxal em “Romeo + Juliet”: é um filme que, ao mesmo tempo em que tenta domesticar Shakespeare para o público adolescente dos anos 1990, parece zombar da própria tentativa. Luhrmann não adapta o texto clássico, ele o explode. Mantém o verso elisabetano intacto, mas o insere em um universo saturado de signos pop, câmeras nervosas e figurinos histriônicos, criando um espetáculo que flerta com o ridículo para revelar justamente o quanto há de ridículo em tratar o amor adolescente como tragédia cósmica.