Autor: Fernando Machado

Uma viagem introspectiva em meio a uma tempestade de neve, onde realidade e fantasia se confundem. Sob a direção de Charlie Kaufman, este filme de 2020 mergulha nas profundezas da mente humana, explorando questões de identidade, memória e arrependimento. A trama acompanha uma jovem que, enquanto reflete sobre seu relacionamento, se vê imersa em dilemas existenciais, enfrentando um mundo que se transforma a cada pensamento. Um desafio emocional que testa os limites do espectador.

A narrativa original, inspirada no livro “I Heard You Paint Houses”, de Charles Brandt, explora o papel de Frank Sheeran no desaparecimento de Jimmy Hoffa, enquanto o filme “O Irlandês”, de Martin Scorsese, adapta essa trama com uma precisão fascinante. Sheeran, notoriamente envolvido com a máfia, teve sua ascensão e trajetória traçadas a partir de sua relação com Russel Bufalino, um dos maiores chefes do crime organizado na Pensilvânia.

Chris Noonan, conhecido por extrair lirismo onde outros veem apenas o trivial, traz seu estilo característico à tona em “Miss Potter”. Sua sensibilidade, já demonstrada em “Babe — O Porquinho Atrapalhado” (1995), uma alegoria sobre a busca da verdadeira identidade, ressurge aqui de forma adaptada para contar a história de uma mulher cuja ternura e determinação assustavam os homens de sua época. Beatrix Potter, interpretada por Renée Zellweger, não apenas tenta encontrar seu lugar no mundo, mas também se depara com o inesperado: o amor.

Em um cenário distópico onde a Coreia do Sul se recupera de uma crise financeira devastadora, “Tempo de Caça” (2020) mergulha na história de Jun-seok, um ex-presidiário que, junto a seus amigos, planeja um último golpe para escapar da miséria. Dirigido por Yoon Sung-hyun, o filme combina tensão constante com uma reflexão sobre lealdade e desespero, explorando a busca por redenção em um mundo onde a violência parece ser a única saída.

Em um futuro próximo, onde a inteligência artificial desempenha um papel central no cotidiano, um grupo de pessoas se vê preso em uma casa controlada por robôs. O sistema de segurança, programado para proteger seus habitantes, torna-se opressor ao impor um bloqueio total, forçando os moradores a enfrentar suas tensões pessoais e o crescente poder das máquinas. Entre o humor e o absurdo, a trama levanta questões sobre o progresso tecnológico e os limites do controle humano sobre suas criações.