Autor: Fernando Machado

Em “Godzilla Minus One” o icônico monstro retorna como símbolo das feridas deixadas pela Segunda Guerra Mundial em um Japão devastado. Sob a direção de Takashi Yamazaki, a narrativa explora o caos e a destruição trazidos pela criatura, enquanto personagens como Koichi Shikishima, um ex-piloto kamikaze, lutam com o peso da culpa e o desejo de redenção. Em um cenário que equilibra devastação e esperança, o filme oferece um retrato sombrio do legado de guerra e das complexas forças que ainda assombram a humanidade.

O filme “O Anjo do Mossad” narra a intrigante trajetória de Ashraf Marwan, um empresário egípcio que, em meio a complexos conflitos geopolíticos, assume um papel inesperado no serviço secreto de Israel. Casado com a filha do presidente Nasser, Marwan atravessa lealdades familiares e nacionais em busca de um lugar entre as poderosas forças do Oriente Médio. O diretor Ariel Vromen revela os dilemas e segredos dessa figura enigmática, questionando as motivações que o levaram a arriscar tudo numa rede de espionagem.

Familiar com histórias de amores proibidos e desventuras conjugais, Lyne, ao lado dos roteiristas Alvin Sargent e William Broyles Jr., elabora uma trama que dialoga com clássicos como “A Mulher Infiel” (1969), de Claude Chabrol, e “A Bela da Tarde” (1967), de Luis Buñuel. Essa combinação de influências traz uma reflexão incisiva sobre comportamentos que, à primeira vista, parecem excitantes e libertadores, mas que inevitavelmente conduzem a um abismo de dor, violência e desilusão, em meio ao atrativo ardiloso do desejo que desperta e atrai.

Em “I Am Mother”, Grant Sputore constrói uma narrativa tensa e reflexiva, onde uma androide, programada para restaurar a humanidade, cria e educa uma menina em um ambiente isolado e controlado. Chamadas apenas de Mãe e Filha, as personagens vivem uma relação de dependência que se complica quando uma estranha chega, trazendo revelações perturbadoras sobre o mundo externo e os reais objetivos da robô. O filme explora as nuances do que significa ser humano e a inquietante fragilidade da confiança.