Autor: Fernando Machado

Nada melhor para curar o cansaço da semana: essa comédia romântica da Netflix vai te recarregar com gargalhadas Divulgação / Universal Pictures

Nada melhor para curar o cansaço da semana: essa comédia romântica da Netflix vai te recarregar com gargalhadas

Há um tipo de comédia que prefere expor a precariedade humana diante do afeto ao invés de fantasiá-la. “Ressaca de Amor” constrói seu valor exatamente nesse território: o da dor ordinária transformada em narrativa universal. O fim de um relacionamento não é aqui uma experiência que eleva o sujeito a qualquer transcendência.

O retrato mais perturbador da solidão que o cinema já produziu em clássico de Scorsese na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

O retrato mais perturbador da solidão que o cinema já produziu em clássico de Scorsese na Netflix

Travis Bickle não é um psicopata que aparece de repente. Ele é o produto de uma cidade que finge normalidade enquanto apodrece nas margens. Em “Taxi Driver”, Martin Scorsese conduz essa descida ao subsolo humano com uma frieza que dispensa qualquer tentativa de simpatia. Desde o começo, o filme se nega a suavizar sua verdade: o caos urbano não é um colapso iminente. Ele já está consumado.

A anatomia do poder e da corrupção moral em clássico do cinema na Netflix Divulgação / Paramount Pictures

A anatomia do poder e da corrupção moral em clássico do cinema na Netflix

Há algo de profundamente hipnótico na lógica interna de “O Poderoso Chefão”. Não é apenas um retrato do crime organizado, mas um tratado sobre o poder em seu estado mais cru, aquele que nasce do medo e se sustenta pela lealdade. Francis Ford Coppola constrói, com precisão quase filosófica, uma alegoria sobre a estrutura de autoridade e as engrenagens da dominação.

Filme de Wes Anderson na Netflix é um experimento elegante à espera de uma alma Divulgação / Focus Features

Filme de Wes Anderson na Netflix é um experimento elegante à espera de uma alma

Há uma tendência recorrente na filmografia de Wes Anderson: a organização milimétrica do caos humano. Entretanto, em “Asteroid City”, essa relação se desequilibra. O rigor formal permanece inabalável, porém o conteúdo dramático se dilui, como se o filme hesitasse diante das próprias perguntas. Essa hesitação não se traduz em ambiguidade produtiva, mas em uma fragmentação que compromete o impacto emocional e a inteligibilidade narrativa.