Autor: Fernando Machado

Um dos filmes mais bonitos da história do cinema está na Netflix Divulgação / Touchstone Pictures

Um dos filmes mais bonitos da história do cinema está na Netflix

Quando se revisita “Sociedade dos Poetas Mortos” após mais de três décadas, o que mais chama atenção não é o apelo melodramático das cenas ou a construção do mito em torno de Robin Williams, mas a forma como o filme captura um conflito estrutural entre educação e autonomia individual. Ambientado em 1959, em uma escola preparatória de elite, o longa não apenas narra a história de jovens confrontando limites impostos por tradições familiares e institucionais, mas também provoca uma reflexão contínua sobre a eficácia e os custos de uma pedagogia que desafia o conformismo.

Inspirado em “Antes do Amanhecer”, romance de Chris Evans é uma belíssima reflexão sobre os encontros, no Prime Video Divulgação / G4 Productions

Inspirado em “Antes do Amanhecer”, romance de Chris Evans é uma belíssima reflexão sobre os encontros, no Prime Video

“Antes do Adeus” é um filme que se constrói a partir daquilo que resta, o que sobra quando o amor já não é promessa, mas memória. Lançado em 2014 e dirigido por Chris Evans, o longa não busca o encantamento do primeiro encontro, e sim o desconforto daquilo que poderia ter sido. Ele parte de um acaso urbano, duas pessoas presas a uma noite nova-iorquina, para investigar a fragilidade dos vínculos humanos e o modo como, mesmo em sua brevidade, um encontro pode alterar o curso íntimo de quem o vive.

Do mesmo diretor de “Onze Homens e Um Segredo”, thriller com Michael Fassbender é um dos mais vistos do Prime Video no mundo Claudette Barius / Focus Features

Do mesmo diretor de “Onze Homens e Um Segredo”, thriller com Michael Fassbender é um dos mais vistos do Prime Video no mundo

“Código Preto” parece, de começo, um thriller de espionagem convencional, mas se revela, na medida em que se desenrola, como uma reflexão sobre o exercício do poder e as distorções éticas que a obsessão pelo controle inevitavelmente provoca. O roteiro, estruturado por David Koepp, constrói uma narrativa que, embora não dispense os elementos tradicionais do gênero: códigos, suspeitos e traições, concentra-se mais na lógica interna das decisões dos personagens do que em sequências de ação espetaculares.

Desligue o cérebro e se divirta com o espetáculo — o filme com Ryan Reynolds na Netflix Divulgação / Warner Bros. Pictures

Desligue o cérebro e se divirta com o espetáculo — o filme com Ryan Reynolds na Netflix

“Lanterna Verde” é um projeto que tenta abarcar o infinito de um universo cósmico, mas se perde no próprio vácuo que cria. A proposta de transpor para o cinema uma das mitologias mais complexas da DC exigia uma arquitetura narrativa robusta, capaz de sustentar o peso simbólico de um herói que, em essência, é a corporificação da vontade. O problema é que o filme parece incapaz de compreender o que significa essa palavra.

Terror zumbi: o filme mais assistido da Netflix no Brasil vai te prender por 120 minutos Divulgação / Netflix

Terror zumbi: o filme mais assistido da Netflix no Brasil vai te prender por 120 minutos

Há algo de intrigante quando um filme de zumbis se recusa a ser apenas mais uma variação sobre o mesmo cadáver narrativo. “O Elixir”, dirigido por Kimo Stamboel, parte de um clichê reconhecível: o experimento científico que dá errado, mas não o utiliza como pretexto para o riso fácil ou para a autocomplacência gore. O que o filme propõe, ainda que sem pretensões intelectuais explícitas, é um olhar sobre a degradação moral e familiar, utilizando o apocalipse como um espelho ampliado daquilo que já está em decomposição muito antes da contaminação: o homem e suas ilusões de controle.