Autor: Carlos Willian Leite

7 livros que você lê em um dia e nunca mais esquece

7 livros que você lê em um dia e nunca mais esquece

Do vilarejo gelado à Califórnia de cercas tortas, do subúrbio francês a Montevidéu, da infância brasileira ao ateliê de escrita, sete narrativas breves e intensas convidam a ler de um fôlego e a lembrar por muito tempo. Há amizade e luto, desejo imprudente, perdas do corpo, memórias políticas, famílias escolhidas, disciplina de linguagem. Cada história aposta no necessário: cenas nítidas, vozes sem adorno, riscos assumidos. Lidas num dia, reverberam por semanas; ensinam que a brevidade pode carregar o peso do mundo e ainda deixar espaço para respirar, sem perder beleza.

Há meio século, um homem pôs o filho na garupa da moto, cruzou os Estados Unidos e mudou a história da filosofia Foto / Wendy Pirsig

Há meio século, um homem pôs o filho na garupa da moto, cruzou os Estados Unidos e mudou a história da filosofia

Há meio século, um autor do Meio-Oeste somou viagem, oficina e filosofia e redefiniu a ambição da não ficção. Ao narrar a travessia de um pai com o filho, ele trocou a metáfora pela prática: pensar virou regular válvulas, observar ruídos, aceitar bloqueios. O resultado atravessou disciplinas, inspirou engenheiros, designers e escritores, e devolveu à literatura a dignidade do trabalho minucioso. Sua continuação marítima ampliou o projeto moral. Hoje, aquela síntese silenciosa segue iluminando como valores formam gestos e como precisão também é forma de ética, para trabalhos e vidas.

5 poemas para quem carrega o pai no coração

5 poemas para quem carrega o pai no coração

Há datas que pedem silêncio antes do primeiro cumprimento. O Dia dos Pais é uma delas. Não por falta de palavras, mas por excesso de matéria invisível: mãos que ensinaram o peso das coisas, vozes que ainda vibram na louça, passos que o piso guardou. A poesia entra como quem abre a janela de lado; não invade, desloca o ar. Entre a sobrevivência dos objetos e a delicadeza das lembranças, o leitor encontra uma medida de presença. Não é consolo. É precisão. Um contorno nítido que o tempo, sozinho, não daria.

Ele escrevia como se faltasse ar: a história do escritor brasileiro que fez milhões chorar em silêncio

Ele escrevia como se faltasse ar: a história do escritor brasileiro que fez milhões chorar em silêncio

Entre o Potengi e a máquina de escrever, José Mauro de Vasconcelos transformou errância em método e memória em forma. De Bangu a Natal, dos barcos ao set, aprendeu ritmo com o corpo e precisão com a escuta. Caminhava cenários antes de escrevê-los; ruminava anos, escrevia em dias. Atuou, roteirizou, narrou com foco de câmera e calor de conversa. Sua prosa une delicadeza e corte, infância e ferida, humor e contenção. Atravessou salas de aula e fronteiras porque fala baixo e acerta fundo.

O livro que fez Kafka chorar

O livro que fez Kafka chorar

Numa estrada empoeirada da Saxônia do século 16, um homem simples vê sua vida tranquila devastada pela arbitrariedade. Seus cavalos, sua dignidade, tudo lhe é arrancado pelas mãos da autoridade que deveria protegê-lo. Sua reação silenciosa cresce lentamente, consumindo-o até que a injustiça o torne incendiário. Um século depois, numa Praga escura e claustrofóbica, outro homem encontra no primeiro um espelho sombrio de seu próprio tormento. A burocracia kafkiana, as portas fechadas e os papéis inúteis se tornam metáforas vivas dos cavalos roubados. Entre eles, o desespero se repete, como se o tempo não fosse suficiente para apagar velhas injustiças.