5 filmes na Netflix que parecem te entender melhor do que qualquer terapeuta Divulgação / Netflix

5 filmes na Netflix que parecem te entender melhor do que qualquer terapeuta

Desde tenra idade todos sabemos que vamos morrer. A finitude é a única certeza que nos acompanha, do berço à cova, e, no entanto, poucos lidam bem com isso. Quando morre alguém que amamos, resta um vazio do qual lembramos todo santo dia, ainda que aos poucos a dor arrefeça. O luto é uma zona cinzenta entre o mundo dos vivos e o outro, território rico de sentimentos e possibilidades em que podem estar as respostas a que os que ficam se lançam numa busca doida e às vezes perigosa.

À medida que os anos correm, os ânimos serenam, os fatos se reorganizam e formaliza-se uma distância grande o suficiente para entender o que antes era só caos. Amadurecendo, apartamos o fundamental do supérfluo, o verdadeiro do ilusório. Aprendemos que certas dores traduzem-se em sabedoria e que ausências têm o condão de também ser autoconhecimento. O que hoje soa como perda, amanhã talvez mostre a força de uma libertação. O tempo não apenas cura, mas oferece o repertório necessário para que se enxergue algum sentido nas vicissitudes. Iluminações não chegam para os apressados, acudindo os pacientes e os que meditam.

Aceitar as mudanças é um gesto de sabedoria. Resistir ao novo é acorrentar-se ao passado, deixando fugir as oportunidades do presente. Embora muitas vezes doloroso, mudar abre espaço para a renovação de ideias e o crescimento pessoal, e ao aceitar o fluxo natural da vida, encontramos a paz salvífica naqueles momentos de desespero. Em várias circunstâncias, a vida exige que nos adaptemos rápido, e é através dessas metamorfoses que desbravamos nossos ângulos mais obscuros. Trocando em miúdos, crescer dói, mas vale a pena.

Na lista abaixo constam cinco filmes que levam-nos a questionar todas as estúpidas certezas que vamos acumulando no decorrer de uma jornada excessivamente longa ou breve como um sopro, mas sempre cheia de lições. São histórias que alcançam ambos os públicos: os que não admitem ser derrotados pela realidade, lutam e perdem e para os que percebem logo que, para se atravessar o planeta, há que se dar o passo número um. Cada alma sob o sol é um universo mágico e misterioso.

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.