Se sua carteira de identidade diz “adulto” ou “nascido em 1980”, mas sua cabeça diz que você ainda tem 21 e você se lembra de jogar Dynavision com os vizinhos, ir para a escola de ônibus ouvindo mp3, usar All Star cano alto ouvindo “Blink 182” e postar as fotos do final de semana no álbum do Orkut, junte-se a nós. Você é mais um millennial que não aceitou a passagem do tempo e não se reconhece dentro da era atual.
Você já paga seus próprios boletos, mas ainda se pega rindo de piadas de duplo sentido e se lembra com nostalgia das amizades que pareciam eternas e dos tempos em que moleques de 12 anos podiam passear sem perigo pela cidade. Alguns filmes nos fazem reviver a melhor e mais contraditória época de nossas vidas. São como cápsulas do tempo que resgatam a energia e o caos da juventude.
As quatro produções dessa lista estão disponíveis na Netflix e capturam com perfeição aquele turbilhão de inseguranças, descobertas e exageros típicos da adolescência. Nenhum deles lidam com essa fase da vida como se fossem tempos idílicos e perfeitos, mas retratam de um jeito engraçado e divertido os erros, os dramas e as situações constrangedoras que viraram histórias lendárias depois. Claro, tudo em narrativas que transitam entre o absurdo e o real.
Esses filmes nos lembram que crescer não significa, necessariamente, abandonar o espírito juvenil, mas são um espelho cômico de experiências que moldaram quem somos. Hoje podemos olhar para trás e rir de situações que beiram o trauma e o absurdo. A necessidade de ser aceito ficou para trás, mas as lembranças agridoces permanecem para sempre no coração.

Dois amigos inseparáveis decidem formar uma banda de heavy metal para competir em um concurso escolar. O guitarrista, obcecado pela autenticidade do gênero, e o baterista, mais inseguro, lutam para encontrar um baixista que complete o grupo. A inesperada candidata surge na forma de uma tímida estudante que domina outro instrumento, mas cuja presença ameaça o equilíbrio da dupla. Entre ensaios caóticos, disputas de ego e pressões externas, eles descobrem que vencer o campeonato pode ser menos importante do que preservar a amizade e encontrar seu verdadeiro som.

Determinados a melhorar sua reputação no colégio, três amigos decidem organizar uma festa para entrar para a história. O que começa como um encontro aparentemente controlado rapidamente se transforma em um evento caótico, com a presença de centenas de desconhecidos, vizinhos furiosos, a polícia em alerta e danos irreversíveis à casa. Entre música ensurdecedora, excessos e momentos de pura insanidade, eles percebem que a busca por popularidade pode ter consequências muito além do esperado, e que, no fim, algumas noites são lembradas mais pelo desastre do que pelo sucesso.

Dois melhores amigos, socialmente desajeitados, estão prestes a se formar e querem aproveitar a última grande festa antes de seguirem caminhos diferentes. Obcecados em impressionar suas paqueras, embarcam em uma missão desastrosa para conseguir bebidas alcoólicas, o que os coloca em uma série de situações absurdas envolvendo policiais excêntricos, identidades falsas e fugas improvisadas. No meio do caos, percebem que a verdadeira mudança que enfrentam não está nas aventuras da noite, mas na inevitável separação que a vida adulta trará.

Uma adolescente que passou a vida estudando em casa entra para uma escola tradicional e logo percebe que a selva social do ensino médio é mais implacável do que imaginava. Após conhecer dois colegas excêntricos, ela é apresentada às “abelhas-rainhas” do colégio, um grupo popular que dita regras não escritas sobre aparência, comportamento e alianças. Infiltrada entre elas para expor suas falhas, acaba se deixando seduzir pelo poder e pela atenção. O jogo de manipulações e rivalidades cresce até que a linha entre vingança e cumplicidade se torna perigosamente tênue.