O melhor lançamento de 2025 da Netflix até agora Divulgação / Netflix

O melhor lançamento de 2025 da Netflix até agora

Do cineasta cômico Iain Morris, “Meu Ano em Oxford”, novo filme estrelado por Sofia Carson na Netflix, é um romance água com açúcar que adota um lado mais contido e dramático do diretor. Baseado no romance de Julia Whelan, o enredo foca no dilema de Anna De La Vega (Carson), uma jovem ambiciosa e estudiosa, recém-formada e com um bom emprego garantido, que decide tirar um ano para um doutorado em Oxford, após ser aceita na universidade que é seu sonho de infância. Apesar de idealista, romântica e leitora fervorosa, Anna, que é filha de imigrantes argentinos e cubanos, planejou rigorosamente toda sua vida para que ela jamais revivesse as dificuldades financeiras de seus pais na América.

Por isso, seu ano em Oxford é uma espécie de despedida de uma vida de sonhos e idealizações infantis. Ela pretende passar o ano cercada de história e literatura, tendo em vista que seus ídolos literários estudaram e viveram ali, para que, em seguida, siga seu caminho rigorosamente premeditado. O dilema começa quando Anna se apaixona por seu professor de Literatura, Jamie Davenport (Corey Mylchreest), um aristocrata misterioso que parece não formar laços duradouros com nenhuma mulher.

Apesar do trato inicial de sua relação, “apenas diversão”, ambos se envolvem profundamente de maneira romântica, tornando impossível não criar um impasse na vida de Anna: retornar, após o fim do curso, para os Estados Unidos para trabalhar no emprego que conquistou com muita disciplina e planejamento ou deixar reviver a menina sonhadora e leitora e desistir do sucesso profissional para ficar na Inglaterra e viver um grande amor. O enredo não se diferencia de muitos outros clichês, colocando a mulher em uma posição de constantemente ter de escolher entre o amor e o sucesso.

Jamie faz o perfil convencional desse tipo de romance. Ele cria momentos-chave, com diálogos marcantes e cenas românticas que deixam a mocinha completamente apaixonada, mas guarda segredos que o tornam repentinamente distante, confundindo a protagonista. A falta de comunicação é sempre uma ferramenta para ampliar o sofrimento dos amantes, mesmo que a realidade pareça muito mais simples. Mylchreest é charmoso e tem uma atuação discreta e elegante. Consegue performar sem exageros, mas mantendo sua relevância em cena. Já a sensação que se tem em todas as atuações de Sofia Carson — incluindo esta — é que há uma falta de naturalidade em seus movimentos, suas expressões e, até mesmo, na entonação de voz. Ela parece sempre estar em um palco e não consigo entender se ela, fora de personagem, também tem trejeitos caricatos.

“Meu Ano em Oxford” não é exatamente ruim, mas segue uma fórmula confortável e pouco arriscada, entregando previsibilidade até mesmo na estética e na fotografia. Apesar disso, é uma escolha segura de um romance juvenil, com uma dose não exagerada de drama e que produz impacto emocional no público.

Filme: Meu Ano em Oxford
Diretor: Iain Morris
Ano: 2025
Gênero: Drama/Romance
Avaliação: 8/10 1 1
★★★★★★★★★★
Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.