5 histórias de amor na Netflix que parecem pequenas… até você se ver nelas Divulgação / Sony Pictures

5 histórias de amor na Netflix que parecem pequenas… até você se ver nelas

Desde os tempos antigos, o amor inspira mitos, tragédias, poemas, músicas, revoluções. Entretanto, tão sublime quanto monstruoso, o mais humano dos sentimentos é também terreno fértil para desencontros, mal-entendidos, brigas, separações, silêncios prolongados e promessas que se escrevem no mar, com o vento. Na busca eterna por plenitude, o homem vai esbarrando na constatação de que o amor é, muita vez, uma fantasia; idealizam-se romances, parceiros eventuais que sempre deixaram claro, tacitamente ou nem tanto, que não têm nada a ofertar além de esporádicas horas de prazer fortuito viram príncipes e fadas; erigem-se no ar os castelos que abrigarão um sonho natimorto. É justamente na lacuna entre o desejo e a realidade que a insânia campeia. Quando duas pessoas se apaixonam, passam a dividir planos e temores, quase sempre distintos. Não raro um ama mais que o outro, precipita-se, mete os pés pelas mãos. O amor não é harmonia e silêncio, mas, feito a vida mesma, um torvelinho de som e fúria.

O tempo tem um triste papel nas relações amorosas. O que principia como um encontro de almas sedentas uma da outra no aconchego de uma alcova, pode findar numa guerra pública e indigna por hegemonia, sobre o patrimônio que juntos amealharam ou, pior, sobre seus descendentes imediatos. Os filhos são os primeiros a acusar o golpe de um casamento arruinado, e quiçá nunca superem um fracasso que não é seu. Amor que acaba nunca foi amor, diz um mestre no assunto, mas é um desafio manter acesa a chama frente a um cotidiano massacrante, de luta inglória pela sobrevivência. Ser capaz de vencer a aura de enigma que ronda o encantamento que é amar e ser amado é um proeza heroica, que educa acerca de limites, possibilidades, conquistas, malogros, um delicado amálgama de sensações que são a própria raiz da condição humana.

Nas artes, as trapaças e trapalhadas do amor são um tema recorrente. Desdobrando-se em torno de namoros funestos, cartas misteriosas e aterradoras — ridículas, como devem ser —, beijos roubados e ardentes, tapas que excitam e palavras que fazem sangrar, as histórias de amor nunca saem de moda. Pela própria natureza, o cinema em especial tem o condão de perenizar a  vontade que, em maior ou menor grau, todos temos quanto a compreender a excelência do ilógico chamada amor. Os cinco filmes da lista abaixo falam das inconstâncias e das perversões do amor, que por seu turno, jamais se cansa de lançar-nos ao rosto nossas mil vulnerabilidades. Mas se amar é sofrer, não amar o que é?

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.