7 livros para serem lidos, relidos e repassados

7 livros para serem lidos, relidos e repassados


Alguns livros são como aquele parente que aparece no almoço de domingo e nunca mais sai da cabeça: você até tenta esquecê-los, mas lá estão eles, espreitando nos seus pensamentos enquanto você lava a louça ou finge prestar atenção em uma reunião. Não estamos falando de leituras “boazinhas” ou “bonitinhas”, mas daquelas que têm o poder de deslocar o seu eixo existencial com a mesma sutileza de um caminhão desgovernado. E o pior (ou melhor): você quer passar por isso de novo. Relê-los não é masoquismo, é uma forma de testar se, entre uma versão e outra de você mesmo, a pancada ainda dói no mesmo lugar ou inventou uma dor nova.

A verdade é que todo mundo tem aquela obra que a gente recomenda com os olhos arregalados, fala “leia isso pelo amor de Deus” e depois fica observando em silêncio o sofrimento alheio, como quem oferece pimenta a um amigo e diz que “nem arde tanto assim”. Ler é um ato solitário, mas indicar leitura é quase uma missão evangelizadora. Se for desses livros que fazem a gente reorganizar a estante por vergonha das escolhas anteriores, melhor ainda. Porque depois que você entra em contato com histórias bem escritas, profundamente humanas e com um impacto emocional que dura mais que certas amizades, o critério de qualidade muda. E, com sorte, você também.

Então, prepare sua xícara de chá, uma caneta para sublinhar compulsivamente e aquele marcador de página que você nunca vai usar porque vai terminar o livro de uma vez só. Aqui estão sete obras que não foram feitas para ficar quietinhas na estante. Elas precisam ser lidas com a intensidade de uma primeira vez, relidas como um reencontro com um velho amigo mais complexo do que você lembrava, e repassadas com a convicção de quem encontrou algo que vale a pena espalhar por aí. Só não diga que eu não avisei se, no final, você estiver precisando de terapia literária.