4 livros que, mesmo em 2025, ainda vendem mais por boca a boca do que por algoritmo

4 livros que, mesmo em 2025, ainda vendem mais por boca a boca do que por algoritmo

Num mundo onde o algoritmo decide o que você ouve, assiste e até deseja comer no almoço, é quase romântico pensar que algumas obras ainda sobrevivem no boca a boca. Enquanto influencers fazem dancinhas para vender thrillers medianos, certos livros resistem bravamente na contramão: circulam em clubes obscuros, são recomendados com o fervor de uma seita e têm capas que não chamariam atenção nem num sebo desorganizado. E mesmo assim, eles continuam sendo lidos. Talvez porque, paradoxalmente, não tenham sido feitos para isso: não foram pensados para serem virais, só… verdadeiros. É como se cada exemplar encontrado fosse um bilhete secreto, repassado à mão, dizendo: “você precisa ler isso”.

Esses livros têm em comum uma certa rebeldia editorial. São obras que desafiam o formato, que preferem o estranho ao agradável, que não foram escritas para agradar, mas para existir. Há algo de artesanal na maneira como são descobertas: alguém fala com um entusiasmo desproporcional sobre uma história que você nunca ouviu falar, empresta a cópia pessoal sublinhada, e, quando você devolve, já há um novo convertido na corrente. São obras que não se importam se você está na página 1 ou 101: a experiência é de ser atravessado, como se o texto soubesse mais sobre você do que o contrário. E, de repente, você se pega fazendo o mesmo, recomendando, com devoção quase constrangedora.

Talvez isso aconteça porque esses livros não esperam viralizar: eles só esperam o leitor certo. Aquele que, sem querer, os encontra numa pilha de promoções esquecidas, ou os recebe de um amigo que sussurra “confia”. Eles sobrevivem fora do hype não por teimosia, mas por afinidade: têm uma linguagem que não se adapta ao imediatismo, um ritmo que repele a pressa e um conteúdo que não se dissolve após o ponto final. Em um tempo em que tudo é algoritmo, ler esses livros é um pequeno ato de desobediência, e, vamos admitir, uma forma de manter viva aquela ilusão deliciosa de que ainda somos nós quem escolhemos o que ler.