5 livros para quem tem a alma velha, o humor ácido e a playlist de jazz

5 livros para quem tem a alma velha, o humor ácido e a playlist de jazz


Sabe aquela sensação de estar preso num corpo jovem, mas com a alma de quem reclama da luz acesa, prefere carta a mensagem de voz e acha que a decadência do mundo começou com a invenção do emoji? Pois é. Se você já tentou explicar ironia pra um grupo no WhatsApp e foi bloqueado por “energia negativa”, talvez seja hora de parar de lutar contra sua natureza e abraçar sua essência de alma velha. E não, isso não é um xingamento, é um elogio, principalmente se sua playlist inclui Coltrane, sua bebida preferida é vinho tinto seco e você já leu algum russo por vontade própria.

Este não é um guia para “se encontrar através da leitura”, muito menos uma lista de autoajuda disfarçada com capa bonita e título poético. É, na verdade, uma seleção feita sob medida para aqueles que preferem personagens mal-humorados a otimistas ingênuos, tramas que cheiram a tabaco e velhice, e frases que cortam como navalha, não como abraço. Livros que não têm medo de parecer difíceis, áridos ou ambíguos, porque sabem que sua recompensa não é uma lição de moral, mas um lampejo de lucidez. Aqui, não há espaço para fórmulas fáceis, só para gente que lê jazz.

Se você tem o olhar cínico, o humor esculpido à base de sarcasmo e uma inclinação natural por finais que não oferecem consolo, chegou ao lugar certo. Mas atenção: essas obras não foram feitas para serem lidas com pressa, muito menos com o brilho da tela do celular refletido na cara. Exigem silêncio, exigem sombra, exigem uma poltrona gasta. São cinco livros que conversam com o leitor como um velho amigo que nunca sorri nas fotos, mas sabe exatamente o que dizer quando o mundo parece uma piada de mau gosto. E, convenhamos, ele parece. Muito.

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.