7 livros encontrados no quarto (ou em posse) de assassinos e serial killers famosos

7 livros encontrados no quarto (ou em posse) de assassinos e serial killers famosos

Nem toda estante fala. Algumas apenas sussurram — e o que dizem é quase sempre desconcertante. Quando investigadores vasculham os quartos de assassinos em série, esperam encontrar indícios concretos: mapas, facas, recortes, restos. Mas há vezes em que encontram romances. Ficções. Ensaios filosóficos. Clássicos universais ao lado de instrumentos de horror. E o espanto, mais do que com a violência, vem com o fato de que havia leitura. Que havia linguagem, pensamento, mundos paralelos sendo acessados por aqueles que, no mundo real, interromperam brutalmente as trajetórias de outros.

Há quem diga que isso é coincidência. Outros preferem o caminho do simbolismo, como se os livros contivessem, de alguma maneira, a gênese do desvio. Mas talvez a verdade esteja entre os dois. Afinal, a literatura, mesmo a mais refinada, não é isenta — ela também carrega abismos. Há narradores quebrados, personagens amorais, atmosferas doentias e contradições éticas em tantas páginas que amamos. Para a maioria dos leitores, isso é catarse, reflexão, purga. Mas para alguns… é uma forma de identificação. E aí o livro deixa de ser metáfora e se torna manual, ou confissão.

“O Apanhador no Campo de Centeio”, lido obsessivamente por Mark David Chapman. “O Estrangeiro”, que pareceu confirmar a apatia de Ted Kaczynski diante do mundo. “A Revolução dos Bichos”, empilhado ao lado de escritos sádicos de Richard Ramirez. Não é que esses livros “explicassem” os crimes. Mas havia neles algo que ressoava. E é nessa ressonância que mora o incômodo.

Porque não há nada de monstruoso em um livro, por mais sombrio que seja. O monstro, quando aparece, está sempre do lado de fora — com olhos, mãos, respiração. Mas, às vezes, é o livro que o acalma. Que o nomeia. Que o acompanha enquanto tudo desmorona. E isso basta para deixar qualquer leitor honesto, qualquer amante da literatura, com uma dúvida que não se silencia: o que, afinal, pode ser lido nas entrelinhas de quem lê?