6 livros com estética à la Sofia Coppola

6 livros com estética à la Sofia Coppola

Ninguém filma o tédio com tanto glamour quanto Sofia Coppola. Em seus mundos saturados de bege, onde moças melancólicas olham pela janela com a firme intenção de não fazer absolutamente nada, a estética é sempre mais forte que a ação. Se os diálogos murmurados, vestidos com rendas e frustrações, pudessem ser literatura, estariam todos empilhados em livrarias com aroma de almíscar. O que Coppola faz com a câmera, esses livros fazem com as palavras: constroem silêncios, fraturas, doçura amarga e uma beleza que parece recém-saída de uma loja vintage de Tóquio.

Talvez o maior truque dessa estética seja transformar a apatia em arte. E o sofrimento, em estilo. É o retrato de personagens que estão sempre um pouco deslocadas, demais para o seu tempo, um pouco entorpecidas por suas dores ou hipnotizadas por um tipo de beleza que só existe quando a vida perde o foco. Nada grandioso acontece. Nada precisa acontecer. Uma festa termina cedo, uma viagem não começa, um casamento sufoca em tule. É a melancolia elevada à condição de protagonista, com roteiro delicadamente deprimido.

Mas não se engane: por trás da superfície pálida e das entrelinhas suspirosas, há uma pulsação teimosa, algo que lateja, silencioso, no subsolo dessas histórias. Seja a rigidez de um mordomo, o erotismo estranho de um hotel decrépito ou a tristeza irônica de uma redoma de vidro, todos os títulos abaixo carregam o DNA emocional que Coppola traduz em slow motion. São livros para quem gosta de sofrer com classe, pensar com estética e contemplar a tragédia cotidiana como se ela tivesse trilha sonora do Phoenix.