6 livros que são uma humilhação intelectual (e um prazer secreto)

6 livros que são uma humilhação intelectual (e um prazer secreto)

Há livros que, quando você termina de ler, se sente autorizado a destravar um nível secreto da existência. A única questão é que esse nível vem com labirintos filosóficos, palavras que parecem amaldiçoadas em latim e estruturas narrativas que fariam um cubo mágico parecer um brinquedo de bebê. A verdade é que algumas leituras dão tanto nó na cabeça que você termina orgulhoso não por entender tudo, mas por ter sobrevivido com o cérebro inteiro. E claro: fingindo que pegou as referências do início ao fim, com cara de quem faria amizade com o autor num café pós-estruturalista em Praga.

Mas eis o segredo que ninguém admite em voz alta: esses calhamaços indecifráveis, esses tratados que parecem mais tese do que romance, às vezes são gostosinhos. Tem uma pontinha de prazer masoquista em enfrentar uma página com uma única frase de seis parágrafos. A gente diz que lê por amor à arte, mas no fundo, está ali pelo desafio, como quem escala o Everest só para poder contar depois. Ler esses livros é como tentar montar um quebra-cabeça de 5 mil peças em que todas são da mesma cor. E mesmo assim, a gente se apaixona.

Claro, dá vontade de jogar alguns pela janela. Há momentos em que a leitura parece um teste de resistência, outros em que você se pergunta se o autor não está rindo da sua cara, e talvez esteja mesmo. Mas quando tudo encaixa, quando a estrutura se revela, quando a linguagem vibra e o sentido explode, é como se o livro piscasse para você e dissesse: “Acha mesmo que era só um monte de palavras?” Por isso, se você quer ser humilhado intelectualmente com prazer, esses seis títulos são o convite ideal. O masoquismo literário nunca foi tão recompensador.