6 filmes que parecem alucinação de alguém que tomou Rivotril com energético Divulgação / Working Title Films

6 filmes que parecem alucinação de alguém que tomou Rivotril com energético

Você aperta o play achando que vai ver um filme e, três minutos depois, está flutuando fora do próprio corpo, ouvindo vozes em tailandês, tendo empatia por um manequim depressivo ou conversando com um espírito em forma de gato. Nenhuma substância foi ingerida, e mesmo assim sua mente está descolando da realidade com a serenidade de quem tomou um ansiolítico, só que alguém também lhe injetou cafeína líquida na veia. Este é o território dessas obras: narrativas que não se explicam, mas se sentem. Filmes que parecem um delírio coletivo coreografado por um diretor com TOC estético e espírito místico.

Eles não são exatamente “difíceis”, tampouco fazem pose de arte inacessível. São hipnóticos. Surreais. Às vezes lentos como um sonho lúcido, às vezes acelerados como um surto em câmera lenta. Em comum, todos compartilham aquele estado em que a razão fica em segundo plano e o sensorial assume o volante. O que importa não é entender, é ser tragado. Há algo de ritual, de febre, de vertigem. Você assiste de olhos abertos, mas a sensação é a mesma de quando dorme com febre alta e sonha com línguas que não fala.

Essa seleção é para quem está cansado de ver sempre a mesma estrutura, o mesmo herói, o mesmo arco dramático, o mesmo final explicadinho. Aqui, o convite é para se perder ou se encontrar no meio do caos. São cinco filmes que desafiam o senso comum sem abandonar o prazer da imagem. Se em algum momento você se perguntar “o que é que eu tô vendo?”, parabéns: você chegou no lugar certo. Respire fundo, solte o controle, e aceite o convite para embarcar nessa bad trip cinematográfica com a lucidez flutuante de quem tomou Rivotril com energético. Você vai sair diferente.

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.