As 7 comidas virais do Instagram que valem mesmo a pena fazer

As 7 comidas virais do Instagram que valem mesmo a pena fazer

Há uma espécie de ilusão nas receitas que estouram nas redes — um fascínio pelas cores, pela montagem, pela facilidade performática de quem, com uma só mão, grava e cozinha. Por trás do frisson, quase sempre, mora o vazio: comida que parece, mas não é. E ainda assim, de tempos em tempos, uma ou outra receita fura esse verniz digital e chega viva ao mundo real, como uma carta inesperada entregue em mãos. São pratos que resistem ao espetáculo e funcionam porque — veja bem — têm alma, ainda que disfarçada de truque.

Talvez seja o queijo feta, fundido ao calor até virar creme salgado, cercado de tomatinhos doces — uma simplicidade que cheira a tarde ensolarada, como quem improvisa um almoço bonito para quem se ama. Ou o miojo carbonara, que reinventa a rotina com um ovo, um punhado de queijo e a surpresa de que o trivial pode ser brilhante. A cozinha sempre soube disso: basta um detalhe para tudo mudar.

Outras receitas viralizam não pela inovação, mas pela doçura que entregam. Cookies que derretem Nutella no centro e lembram um abraço quente; bolo de banana feito em uma caneca, doce como um gesto pequeno; croffle prensado, reinventando o café da manhã com textura e mimo. A beleza, ali, é quase acidental — um bônus.

E há aquelas ideias que nascem do calor e da pressa: congelar o café e servi-lo gelado, forte, limpo. Picar a salada como se quisesse juntar o mundo em uma tigela, cada pedacinho convivendo com o outro sem hierarquia. Há algo político nisso. Ou talvez só afetuoso.

O que essas receitas têm em comum não é o visual, embora sejam lindas. É o fato de que funcionam — e não cansam. Como tudo o que vem de verdade, mesmo que tenha começado como tendência. Porque comer, afinal, é sempre um modo de voltar ao corpo, ao tempo presente. E essas sete receitas — curiosamente simples, surpreendentemente boas — são um lembrete gentil de que o cotidiano pode, sim, ter gosto de festa.