Os 5 melhores filmes de 2025 (até agora) Divulgação / Universal Pictures

Os 5 melhores filmes de 2025 (até agora)

Nem só de continuações dispensáveis e franquias mortas‑vivas vive o cinema em 2025. No meio do bombardeio de crossovers desalmados, biografias de ídolos cuja existência mal lembramos e tentativas de reviver gêneros que deveriam continuar descansando em paz, surgiram cinco filmes que realmente justificaram o ingresso e até o streaming premium compartilhado com aquele parente suspeito. São obras que, cada uma à sua maneira, desafiaram o cansaço coletivo da fórmula e conseguiram surpreender pela força da narrativa, pelo risco estético ou, no mínimo, pela ousadia de não serem esquecíveis antes mesmo dos créditos finais. Não estamos falando de obras perfeitas (algumas são gloriosamente imperfeitas), mas todas elas fizeram 2025 parecer, ainda que brevemente, um bom ano para gostar de cinema.

Há quem diga que o cinema morreu, mas não avisaram “The Ballad of Wallis Island”, comédia melancólica britânica que acerta em cheio no tom da solidão contemporânea. Também esqueceram de avisar a “Ballerina”, onde Ana de Armas distribui chutes e emoção em igual medida, provando que o universo de John Wick ainda tem fôlego quando se lembra de colocar alma por trás da munição. Enquanto isso, “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, transforma Recife em palco de uma paranoia política sufocante e bela, reafirmando que o Brasil ainda sabe incomodar com arte, algo que, sejamos sinceros, andava fazendo falta nas telas grandes e pequenas.

E como se não bastasse, 2025 ainda nos brindou com “Amores Materialistas”, um romance moderno que satiriza o desespero afetivo de quem tenta comprar o amor como quem compra tênis sob medida, tudo dirigido com precisão e afeto por Celine Song. Fechando a lista, Pecadores mergulha no gótico sulista norte‑americano com elegância rara, propondo um terror que dói mais no espírito do que na pele. Juntos, esses cinco filmes não formam uma tendência nem apontam uma direção clara, mas é justamente isso que os torna especiais: cada um parece falar com um público diferente, num idioma próprio. Em tempos de algoritmos previsíveis, esses filmes ainda soam como cartas manuscritas, tortas, pessoais, inesperadas endereçadas diretamente ao espectador.