6 livros que você vai ter vontade de devolver ao autor

6 livros que você vai ter vontade de devolver ao autor

Todo leitor tem aquele livro que, ao terminar, se pergunta se não seria melhor ter regado uma samambaia, feito um imposto de renda ou encarado três horas de fila no banco. É o tipo de leitura que começa com esperança e termina com um suspiro profundo de frustração, seguido do pensamento: “onde foi que eu errei?”. As sinopses prometiam mundos, os blurbs juravam genialidade, mas o que você recebeu foi um punhado de páginas que pareciam escritas num transe ou numa aposta perdida. Em vez de personagens cativantes, vinham criaturas com o carisma de uma torrada queimada. Em vez de enredo, uma sucessão de ideias que pareciam ter sido encontradas em guardanapos esquecidos. E o pior: não há devolução emocional. Você entrega seu tempo, sua fé e sua boa vontade, e o autor retribui com um sonoro “se vira!”. Alguns livros marcam por encantamento. Estes, infelizmente, marcam por trauma literário.


Tem livro que parece uma cilada armada com esmero: título poético, capa charmosa, frases de efeito nas orelhas, mas bastam vinte páginas para perceber que caiu num golpe emocional. A trama não anda, os personagens falam como se tivessem engolido um manual de autoajuda e o estilo… bom, digamos que tem blogs adolescentes mais bem escritos. Você tenta insistir, porque todo leitor tem esperança: talvez melhore, talvez seja uma metáfora, talvez o autor esteja construindo algo grandioso. Mas não. Nada melhora. Aliás, piora. Em algum ponto, você já não sabe mais se está lendo ou sendo punido por um karma que desconhecia. A leitura vira um triatlo da paciência, e você ali, firme, por teimosia, vaidade ou o velho medo de abandonar livro no meio. Até que chega a epifania: a vontade de devolver. Não para a livraria, mas direto pro autor, com bilhete junto e tudo.


E o que dizer da sensação de ter sido enganado com elegância? Porque há os livros ruins escancaradamente ruins e há os que se fingem de cult, cheios de digressões pretensiosas e frases que não significam absolutamente nada. Você lê uma página três vezes e ainda se pergunta se perdeu alguma coisa, ou se só está diante de um dos maiores blefes editoriais do século. É aí que nasce aquele desejo sincero, quase maternal, de ir até o autor e perguntar, com calma e afeto: “tava tudo bem quando você escreveu isso?”. Esta lista reúne justamente essas joias tortas, obras que prometem montanhas e entregam colinas de areia frouxa. Você pode até não devolver fisicamente, mas o impulso está lá, vivo, latente, pulsando como uma notificação não lida. Respire fundo. Prepare o e-mail fictício. Porque, depois destes seis títulos, sua fé na literatura talvez precise ser benzida com urgência.