5 livros brasileiros que viraram ‘clássicos’ à base de tédio e bajulação

5 livros brasileiros que viraram ‘clássicos’ à base de tédio e bajulação

Existe um tipo muito específico de leitura que não apenas exige paciência, ela a suga até a última gota, depois pede mais e ainda agradece com uma dedicatória em francês. São livros que circulam entre grupos literários como se fossem relíquias, mas que, ao serem abertos, revelam páginas que parecem desafiar nossa capacidade de manter os olhos abertos. Cada parágrafo é um convite à soneca; cada capítulo, uma jornada que exige mais força de vontade que subir uma escada rolante parada. E o mais curioso: quanto mais maçante a obra, mais alto soa o aplauso acadêmico. A crítica celebra, a editora relança, os prêmios chovem, e nós, leitores comuns, ficamos nos perguntando se perdemos alguma aula secreta sobre como fingir que isso tudo é genial.

A bajulação vem embalada em elogios que beiram o delírio: “prosa radicalmente disruptiva”, “narrativa que rompe os limites do silêncio”, “personagens que simbolizam a ausência do ser no vácuo do verbo”. Tradução livre? Ninguém entendeu nada, mas todo mundo achou bonito. E é justamente nessa névoa de reverência que certos livros se consagram. Não por tocarem nossos corações, mas por confundirem o bastante para não serem confrontados. O leitor fica exausto, mas constrangido demais para confessar: “eu odiei”. E, assim, a lenda cresce. Com o tempo, essas obras ganham ares de clássico, não pela experiência estética que proporcionam, mas por sobreviverem incólumes em meio a pilhas de elogios e silêncios cúmplices.

É claro que há quem de fato encontre beleza nesses textos, e está tudo bem. Mas aqui, o foco é outro: esta lista presta tributo às obras que se tornaram ‘clássicos’ mais por insistência e bajulação do que por merecimento afetivo. São livros que transformaram o tédio em arte e a incompreensão em prestígio. Obras que exigem do leitor não só interpretação, mas resistência física. E se você já fingiu gostar de algum deles para parecer mais inteligente em rodas de conversa, saiba que não está só. Vamos, então, mergulhar nessas páginas que o tempo não ousou apagar, talvez porque ninguém teve coragem de terminar a leitura.