O mexicano Rigoberto Castañeda se propõe destrinchar ao menos uma pequena parte dos conflitos do homem consigo mesmo em “Km 31” (2006), parábola em que mostra a seu público o poder indevido que as coisas do além-mundo adquirem se negligenciamos o que temos de mais precioso, descuido que pode nos custar caro demais.
Um fato curioso sobre o cinismo é que o seu mais ilustre representante é, possivelmente, Ambrose Bierce, graças ao seu “Dicionário do Diabo”, ou “Vocabulário do Cínico”. É um caso hilário que o nome original, que fazia apologia ao demônio, coisa censurada pela religião, tenha sido substituído por esse título com grande força literária e, virtualmente, acadêmica.
O ano de 2022 acumulou um monte de coisa para o fim. Eleições, Copa do Mundo, Black Friday, Natal, Ano Novo e um monte de filme que está chegando nos streamings. Você com certeza terá de fazer alguns malabarismos para encaixar tudo isso na sua rotina. Para facilitar sua vida cultural, a Revista Bula te conta quais os filmes imperdíveis para priorizar na Netflix.
Ser mais inteligente que a maioria das pessoas — o que nem sempre é tão difícil — pode ser uma graça e uma maldição, especialmente sem a tão falada base. O personagem-título de “O Jeremías” (2015) é um garoto comum, exceto pelos muitos detalhes que o fazem tão singular. Anwar Safa apresenta o protagonista de seu longa sob a perspectiva complexa de um indivíduo em formação, mas cheio de lacunas que não pode preencher. Como todo mundo.
“Minari” é como dormir e sonhar com sua infância. Dirigido e escrito por Lee Isaac Chung, o filme é uma crônica de uma família que luta para sobreviver em um território estrangeiro, enquanto vê seus sonhos serem moídos pela dureza da realidade. Em meio à aspereza e seriedade com que o casal Jacob e Monica encaram sua rotina, a chegada da avó Soonja quebra todos os protocolos com sua personalidade única e trazendo alívio cômico para uma vida amarga.
