O escritor que escancarou os quartos fechados do Brasil e pagou caro: geladeira magra, aluguel vencido e o esquecimento como salário
Ele veio do interior para uma cidade de bondes e procissões, encontrou aliados discretos e um país à beira de reformas. Entre redações e pensões, aprendeu a reconhecer o corte entre desejo e convenção. No palco, ofereceu centralidade a quem fora empurrado para a lateral. No cinema, desenhou sombras sem alarde. Quando o corpo falhou, ensinou a mão esquerda a continuar. A polícia vigiava, a moral apontava dedos; ele anotava. O tempo confirmou o alcance. A casa ficou, e a língua dele continua acesa. O país guardou silêncio e aprendeu.







