Autor: Revista Bula

A escritora brasileira que ficou órfã aos 7 anos, publicou 46 livros, escandalizou o país e morreu no esquecimento

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Menina de Vinhedo, 1936, Adelaide aprendeu cedo a dividir cama, silêncio e caderno reaproveitado. Órfã aos sete, cresceu entre disciplina de orfanato, trabalho miúdo e leitura emprestada. No início dos anos 1960, instalou-se na capital, atravessou pensões, filas, empregos apertados, e encontrou voz no ruído das ruas. Escreveu para quem lê no intervalo, com urgência e clareza que não pedem cerimônia. Adotou duas crianças. A vida lhe cobrou pressa e exatidão. Em 1992, o câncer interrompeu o fôlego; ficou a figura inquieta que transformava experiência em aviso e coragem cotidiana.

Ela passou quase 30 anos esquecida em um manicômio; morreu como indigente e foi reconhecida apenas depois da morte

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Stella do Patrocínio nasceu no Rio de Janeiro, em 1941, e atravessou a vida entre pavilhões. Jovem, foi abordada em Botafogo e encaminhada do pronto-socorro ao Centro Psiquiátrico Pedro II; em 1966, transferiram-na para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde o tempo virou prontuário. Mulher negra e pobre, viveu décadas sob custódia, mas nunca silenciou: falava como quem respira. Nos anos 1980, fitas registraram essa fala. Em 1992, após amputação e infecção, morreu e foi enterrada como indigente. Hoje, sua história permanece no acervo do Museu Bispo do Rosário.

Um dos filmes mais assistidos do cinema nos últimos anos chegou discretamente à Netflix e você não percebeu Divulgação / Warner Bros. Pictures

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“Wonka”, de Paul King, lançado em 2023, não é apenas uma nova adaptação de Roald Dahl. É uma prequela que retorna ao momento em que o personagem ainda não possuía sua famosa fábrica, mas apenas um chapéu de palha, um paletó magenta gasto e um sonho improvável. Estrelado por Timothée Chalamet, o filme constrói um musical delicado, entre ternura e grotesco, que revisita a nostalgia sem abdicar de crítica social. Mais que entretenimento infantil, é também uma reflexão sobre a persistência dos sonhos diante de estruturas hostis.

6 faroestes no Prime Video que deveria ser crime não assistir Divulgação / Metro-Goldwyn-Mayer

6 faroestes no Prime Video que deveria ser crime não assistir

O faroeste, mais do que um gênero cinematográfico, constitui um registro cultural que reflete disputas históricas, dilemas morais e transformações sociais. No catálogo do Prime Video, essa tradição ganha corpo em narrativas que atravessam décadas, desde a era de ouro de Hollywood até interpretações mais recentes, marcadas por revisões críticas e ousadia estética. A diversidade de obras disponíveis confirma a vitalidade desse cinema, capaz de dialogar tanto com espectadores interessados em ação quanto com quem busca reflexão sobre herança cultural.

A poeta trágica argentina que redefiniu a literatura latino-americana morreu de overdose aos 36

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Filha de imigrantes judeus ucranianos, Alejandra Pizarnik nasceu em Avellaneda, cresceu entre asma, gagueira e o rumor de perdas familiares. Adolescente, encontrou na leitura uma casa; adulta, forjou voz própria entre Buenos Aires e Paris, traduzindo, estudando, vivendo com dinheiro curto e noites compridas. Recebeu bolsas prestigiosas, mas a precariedade persistiu. Relações intensas, dependência de medicamentos, hospitalizações. Em 1972, aos trinta e seis, morreu após uma overdose, deixando cadernos, cartas e uma presença que só cresceu.