Autor: Revista Bula

A nordestina que fez Veneza, Roma e Paris se ajoelharem, 55 anos antes de Fernanda Torres virar lenda Acervo / Florinda Bolkan

A nordestina que fez Veneza, Roma e Paris se ajoelharem, 55 anos antes de Fernanda Torres virar lenda

De Uruburetama a Roma, Florinda Bolkan talha a própria lenda entre disciplina e silêncio. Comissária da Varig, migra do balcão de embarque para o set, ajusta o sobrenome à prosódia do mundo e, em 1968, encontra Marina Cicogna e Luchino Visconti. Rapidamente passa das pontas ao centro do quadro; o mercado diz exótica, ela responde com rigor. Com Vittorio De Sica, Elio Petri, Lucio Fulci, Giuseppe Patroni Griffi e Luigi Bazzoni, afina um timbre singular. Depois, marca a televisão italiana, volta ao Brasil e dirige no Ceará, com luz própria.

Ela escreveu 2 mil poemas, não publicou nenhum em vida e morreu sem saber que mudaria a poesia para sempre

Ela escreveu 2 mil poemas, não publicou nenhum em vida e morreu sem saber que mudaria a poesia para sempre

Emily Dickinson viveu e escreveu em segredo numa América rígida, no século 19, deixando quase dois mil poemas escondidos em gavetas, longe de olhos estranhos. Durante sua vida, raramente saiu de casa, recusou a exposição pública e cultivou a poesia como um mistério privado. Após sua morte, porém, tudo mudou: poemas desconhecidos vieram à tona, revelando versos breves, intensos e revolucionários, que confrontaram a tradição literária da época.

A história real da mulher que salvou 2.500 crianças do Holocausto — e foi recompensada com esquecimento

A história real da mulher que salvou 2.500 crianças do Holocausto — e foi recompensada com esquecimento

Em meio à destruição do Gueto de Varsóvia, uma mulher sem armas, sem discursos e sem palco salvou mais de 2.500 crianças do extermínio. Irena Sendler entrou e saiu do inferno com nomes nos bolsos e silêncio nos lábios. Nesta reportagem literária, conheça a história da assistente social que plantou esperança em frascos de vidro enterrados no quintal da resistência. Um gesto solitário, clandestino, quase esquecido — e ainda assim capaz de atravessar décadas e reaparecer como um sussurro que não aceita desaparecer.

Ele escreveu um dos maiores romances do século, foi ignorado por 50 anos e morreu sem saber

Ele escreveu um dos maiores romances do século, foi ignorado por 50 anos e morreu sem saber

Por décadas, o nome John Edward Williams não significava nada para quase ninguém. Professor universitário, texano, disciplinado, morreu sem saber que havia escrito, possivelmente, o romance americano mais silenciosamente devastador do século. Seu livro “Stoner” passou despercebido até ser redescoberto na Europa como um segredo sussurrado. Esta reportagem percorre a vida, o apagamento e o renascimento literário de um autor que escreveu como quem cumpre silêncio — e que transformou a recusa do espetáculo em uma ética estética. Um escritor que não quis ser lido, e por isso se tornou impossível de esquecer.

Ele reinventou a poesia aos 16, abandonou tudo aos 20, traficou armas na África e morreu anônimo aos 37

Ele reinventou a poesia aos 16, abandonou tudo aos 20, traficou armas na África e morreu anônimo aos 37

Arthur Rimbaud incendiou a poesia francesa ainda adolescente e abandonou a literatura aos vinte, como quem rejeita a própria glória. Nos anos seguintes, atravessou desertos, negociou armas, lidou com sultões e comerciantes de marfim. Sua trajetória oscila entre o êxtase visionário e a dureza colonial. Este ensaio acompanha essa metamorfose brutal: do poeta que queria explodir o verbo ao homem que se calou diante da linguagem. Rimbaud não se contradiz — rompe. E ao desaparecer, transforma o silêncio em gesto extremo. Não há redenção. Não há legado pacificado. Só ruína, recusa e uma ausência que ainda fere.