Autor: Rafael Theodor Teodoro

Jennifer Lopez:  o poço sem fundo do mau gosto e da falta de respeito próprio

Jennifer Lopez: o poço sem fundo do mau gosto e da falta de respeito próprio

Há exatamente um ano, em setembro de 2013, escrevi uma crítica ao fenômeno do “twerk” na música pop dos Estados Unidos. A palavra “twerk” remetia a uma dança sensual, por meio da qual a mulher balançava suas nádegas diante do parceiro, excitando-o com seus quadris. Eis que agora sou surpreendido pelo lançamento do videoclipe da música “Booty” e vejo-me obrigado a revisitar minhas ideias. Até então, eu cria sinceramente que Cyrus havia assumido o posto de “rainha do bumbum” nos Estados Unidos, e que o escandaloso videoclipe de “Wrecking Ball” representava o ápice do mau gosto numa carreira de pseudoartista. Ledo engano. O que está ruim sempre pode piorar.

Trio da vergonha alheia: música oficial da copa com Cláudia Leitte, Pitbull e Jennifer Lopez Jennifer Lopez se apresenta com o rapper Pitbull. A alta credibilidade artística da dupla credenciou-os a integrar, junto à brasileira Cláudia Leitte, o trio de cantores da música oficial da Copa do Mundo

Trio da vergonha alheia: música oficial da copa com Cláudia Leitte, Pitbull e Jennifer Lopez

Como tudo o que está ruim ainda pode piorar, fizeram o favor de unir Cláudia Leitte a dois dos maiores embustes da indústria fonográfica da “terra do Tio Sam”. Refiro-me ao rapper Pitbull, o “rei da desafinação eletrônica”, e à rebolativa Jennifer Lopez, um desses projetos de “divas pop” de quinta categoria que são exportadas a rodo dos Estados Unidos e cujo único “talento artístico” é sua bunda. Infelizmente, existem jornalistas que acreditam que basta colocar passistas de escola de samba e o pessoal do Olodum que a música ganha “brasilidade”.

A Igreja Universal do Reino do Rock

A Igreja Universal do Reino do Rock

O demônio “Tranca-Rua da Palavra” afeta a parte cognitiva do cérebro humano e impede a pessoa de conjugar verbos ou cantar palavras que tenham mais de uma sílaba. Foi graças ao “Tranca-Rua da Palavra”, filho da “Pomba Gira dos Monossílabos”, que surgiu o “sertanejo universitário”. Hoje é possível ver muitos jovens brasileiros possuídos por essa nova ameaça. Basta olhar a plateia de shows de duplas como Munhoz & Mariano, Guilherme & Santiago, Jorge & Mateus, além de Luan Santana, o seu genérico Gusttavo Lima, até a Paula Fernandes! Ali está todo mundo endemoninhado.

Não existe nada de óbvio na proibição da ‘cultura do estupro’ em nosso País

Não existe nada de óbvio na proibição da ‘cultura do estupro’ em nosso País

A pesquisa do IPEA, infelizmente, revela que o respeito à liberdade sexual da mulher, enquanto patamar inarredável do projeto de sociedade tolerante que o Estado Democrático de Direito visa a edificar, não é “fácil de ver”, não é “fácil de entender”, não é “fácil de descobrir”. Para a maioria da população brasileira, não “salta aos olhos”, não “salta à vista” que uma mulher não merece ser estuprada. Tampouco se pode considerar claro, manifesto, evidente que um dado aparentemente simples — como a roupa que se veste — não justifica a hediondez do sexo forçado, não consentido.

Caio Castro é o ator mais importante do Brasil

Caio Castro não é um artista, não é alguém capaz de produzir arte, não tem projeto de obra. É um homem-objeto, uma verdadeira lata de cerveja de micareta de carnaval. É um ator descamisado medíocre, tão descartável como tantos outros que surgiram e ainda hão de surgir na TV. Mas é sincero, coerente e íntegro. E nisso ele é admirável como nenhum outro dos seus colegas de profissão. Por isso, ao menos nesse sentido — e só nesse sentido mesmo — Caio Castro é hoje o ator mais importante do Brasil.