Autor: Rafael Theodor Teodoro

Era Uma Vez em Tóquio: a velhice é a pior das doenças

Era Uma Vez em Tóquio: a velhice é a pior das doenças

“Era Uma Vez em Tóquio” não é apenas uma obra-prima do cinema. Trata-se de um legítimo tratado cinematográfico sobre as consequências cruéis do envelhecimento. Sobre como a presença física dos seres humanos podem desvelar um abandono sentimental que se esconde, fingido e hipócrita, sob a capa da tradição familiar. Para Ozu, importante não é o suspense do que está por vir, mas sim o que está acontecendo. Ou melhor: o que já aconteceu. Suas personagens são ineptas em compreender o presente, que só adquire significância quando convertido em um passado resignante, do qual a ninguém é dado escapar.

Nem só de brinquedo é feito o sorriso de uma criança

Nem só de brinquedo é feito o sorriso de uma criança

Foi a indústria dos brinquedos que fez com que o dia da criança passasse a integrar o rol de datas comemorativas anualmente celebradas no Brasil. Na verdade, a homenagem já existia desde 1924, época em que o então presidente da República Arthur Bernardes baixou o decreto 4.867, para instituir oficialmente o dia 12 de outubro como o dia da “Festa da Criança” em todo o território brasileiro. Ninguém a levava a sério. A situação mudou, contudo, na década de 1960, quando a indústria de brinquedos nacional investiu pesadamente em propaganda, incentivando a comemoração.

MIB (Música Imbecil Brasileira): o sertanejo universitário na era da imbecilidade monossilábica

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Há uma tendência idiomática, estudada pelos gramáticos e linguistas, e mesmo constatável empiricamente, que consiste na ação do falante de abreviar as palavras. Assim, palavras longas são reduzidas ao longo do tempo. Exemplo clássico encontra-se no pronome “vocês”. Esta forma, tal como se encontra hoje registrada nos léxicos, nem sempre se pôde considerar “correta”. Em Portugal, a nação europeia da qual o Brasil herdou seu idioma oficial, houve um tempo em que o pronome de tratamento real era “vossa mercê”. Expressão longa, a passagem dos séculos tratou de vulgarizá-lo, abreviando-o. Hoje o escrevemos apenas como “vo­cê” — considerando-o plenamente aceitável nos rígidos quadrantes da gramática normativa culta.

“Amor à Vida” nos faz pensar se a Globo não deveria dar uma chance à mulher de Silvio Santos

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Walcyr Carrasco abeberou-se no que há de pior na teledramaturgia mexicana: o melodrama exagerado, atitudes injustificadas, personagens vazios, enredos caricatos. No meio de tantos aspectos ruins, é difícil apontar qual a principal falha da novela (até a canção de abertura, “Maravida”, inesquecível nas interpretações de Gonzaguinha e Maria Bethânia, tornou-se um brega choroso insuportável com o estridente sertanejo Daniel).