Autor: Natália Walendolf

Para quem ama Bridgerton: nova série com diálogos afiados e roteiro sagaz é a queridinha do momento, na Netflix Divulgação / Netflix

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Num rincão exuberante da Madrid do fim do século 19, onde os salões ecoam passos coreografados e as janelas abertas revelam jardins tão vívidos quanto quadros impressionistas, uma série espanhola ousa reinventar o romance histórico com um gesto desafiador: o riso. Longe de se submeter às convenções rígidas que definem o gênero, “A Dama de Companhia” opta por uma rota mais instigante — a da sátira afiada, embebida em autoconfiança e liberdade criativa.

Dê férias para sua cabeça! Comédia que vai te fazer rir até sua barriga doer, na Netflix Divulgação / Universal Pictures

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Enquanto grande parte do cinema juvenil contemporâneo se enreda em ironias vazias e fórmulas recicladas que tentam camuflar a falta de substância, “Ela e os Caras” opta pelo caminho menos percorrido: o da sinceridade. Em vez de desconstruir o conto de fadas para reduzi-lo ao cinismo pós-moderno, o filme decide reconfigurá-lo a partir de dentro — com leveza, afeto e uma inteligência silenciosa que desafia rótulos.

Olivia Colman e Colin Firth: realeza do cinema inglês em tesouro inestimável que chegou na Netflix Divulgação / Hulu

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Não é o tempo que organiza a narrativa de “O Domingo das Mãe”, mas sim a memória — essa entidade caprichosa que ignora cronologias e reinventa passados com a liberdade de um romancista experiente. Eva Husson, ao adaptar o romance de Graham Swift, escapa deliberadamente das armadilhas do drama histórico tradicional e encontra, nesse desvio, sua maior potência. Ao invés de alinhar eventos em sequência, a diretora os entrelaça como fragmentos de uma consciência em estado de ebulição.

Jenna Ortega estrela filme ousado no Prime Video — o romance proibido que gerou debate na internet Zac Popik / Lionsgate

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Há filmes que provocam não por aquilo que mostram, mas pelo silêncio que insinuam. “A Garota de Miller”, de Jade Halley Bartlett, é um desses raros casos em que o verdadeiro impacto da narrativa está nas margens daquilo que é dito — ou, mais precisamente, na maneira como se escolhe dizer. Distante de qualquer leitura simplista sobre envolvimentos impróprios entre aluna e professor, o longa mergulha num território muito mais complexo: a gramática da manipulação afetiva, as simetrias imperfeitas do desejo e a desconcertante sofisticação do controle disfarçado de vulnerabilidade.

Favorito de 9 em cada 10 cinéfilos, filme de ação que convence até quem não gosta do gênero está na Netflix Divulgação / Summit Entertainment

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Há um tipo específico de silêncio que antecede uma tempestade — não o silêncio vazio, mas aquele que pulsa. “De Volta ao Jogo” opera exatamente nesse intervalo: não é apenas o retorno de um homem ao seu passado violento, mas o colapso inevitável de tudo que ele tentou enterrar. John Wick não entra em cena como o salvador de ninguém. Ele não quer redenção, não deseja heroísmo, tampouco se permite nostalgia.