Autor: Marcelo Costa

O melhor suspense criminal de 2025 chegou à Netflix — e talvez você não tenha percebido Divulgação / Aluna Entertainment

O melhor suspense criminal de 2025 chegou à Netflix — e talvez você não tenha percebido

A crise de moradia, a precarização do trabalho e a escalada do custo de vida formam um campo minado em que cada minuto altera o valor das escolhas. Alguns filmes usam esse contexto como cenário; aqui, ele dita relógio, mapa e pressão. A narrativa condensa tudo em uma madrugada e transforma dívida em ação concreta. Sem alegorias vazias, a história se ancora na urgência: dinheiro, prazo e risco. Esse motor empurra personagens a negociar segurança, afeto e dignidade sob um tempo que encurta a cada esquina.

Acaba de chegar à Netflix o suspense psicológico mais esperado de 2025, estrelado por Colin Farrell Divulgação / Nine Hours

Acaba de chegar à Netflix o suspense psicológico mais esperado de 2025, estrelado por Colin Farrell

O novo longa de Edward Berger acompanha dependência, fraude e fuga sob o brilho de Macau. A narrativa segue um homem que tenta comprar tempo em mesas de bacará enquanto velhas dívidas e um passado mal resolvido encurtam cada jogada. A direção se apoia na lógica de causa e consequência: decisões rápidas geram problemas maiores, alianças mudam de valor conforme o dinheiro oscila e pistas ganham preço. Sem adornos, o filme mede o custo de quem confunde sorte com saída e empurra o protagonista ao limite do próprio disfarce.

Tenso, cru e violento — o filme do Prime Video que te faz duvidar da sanidade humana Divulgação / Emerald

Tenso, cru e violento — o filme do Prime Video que te faz duvidar da sanidade humana

Um experimento de confinamento simulado coloca desconhecidos em posições de “guardas” e “presos” e revela como símbolos de poder moldam comportamentos. Em “Detenção”, Paul Scheuring conduz um thriller psicológico que observa medo, vaidade e desejo de controle se acumulando até a perda de referências. Adrien Brody e Forest Whitaker lideram um elenco atento às nuances de culpabilidade e autoengano. O filme dialoga com casos famosos de laboratório e questiona o preço cobrado quando a disciplina vira desculpa para humilhação, tema que ressoa além da tela.

Se ainda não viu, veja já: astro de Oppenheimer e Peaky Blinders está num dos melhores filmes de 2025 na Netflix Robert Viglasky / Neflix

Se ainda não viu, veja já: astro de Oppenheimer e Peaky Blinders está num dos melhores filmes de 2025 na Netflix

Tim Mielants filma um retrato rigoroso de um dia que parece nunca acabar. Acompanhando um gestor escolar exausto e um grupo de adolescentes em risco, a narrativa prefere proximidade a discursos. O olhar se mantém atento às contradições de um sistema que promete acolhimento e fornece planilhas, enquanto a câmera alterna nervo e calma. O resultado expõe fadiga institucional, tentações de espetáculo e uma aposta no gesto simples, que pede escuta, tempo e responsabilidade, sem atalhos grandiloquentes ou moralismos apressados.

Na Netflix: o faroeste clássico que todo mundo deveria ver pelo menos uma vez Divulgação / Malpaso Productions

Na Netflix: o faroeste clássico que todo mundo deveria ver pelo menos uma vez

Em “O Estranho sem Nome”, Clint Eastwood filma um faroeste sobre memória, oportunismo e responsabilidade pública. A chegada de um forasteiro a Lago desnuda alianças frágeis, cumplicidades antigas e a fantasia de paz comprada. A fotografia de Bruce Surtees acentua o desconforto com luz dura e sombras que retêm a paisagem, enquanto a música de Dee Barton mantém um estado de alerta contínuo. O filme observa a distância entre contrato e consciência, expondo o preço social de aparências e omissões. Eastwood prefere silêncios, gestos e consequências palpáveis.