Autor: Giancarlo Galdino

Perturbador e angustiante, novo suspense da Netflix é aquele tipo de filme que só aparece de vez em quando Ian Routledge / Netflix

Perturbador e angustiante, novo suspense da Netflix é aquele tipo de filme que só aparece de vez em quando

“O Desconhecido” (2022) é um filme singular. Evitando abusar da violência, Thomas M. Wright, o diretor-roteirista, escancara situações do expediente policial que o público leigo nem sonha serem possíveis. Tentando encontrar alguma resposta minimamente sensata que aponte uma justificativa para a degradação moral em que mergulhamos todos há algum tempo, Wright compõe uma narrativa ligeiramente farsesca, entre a sátira e o ensaio.

Diferente de tudo que você já viu, filme com Adrian Brody e John Malkovich, na Netflix, vai te deixar sem chão Simon Varasano / Saban Film

Diferente de tudo que você já viu, filme com Adrian Brody e John Malkovich, na Netflix, vai te deixar sem chão

Por mais que a sociedade se previna e mesmo se arme e que a polícia cumpra seu papel constitucional de defender o cidadão de bem, os bandidos não sossegam. Oscilando propositalmente de trechos mais reflexivos, sobretudo no começo, para as sequências em que a ação dá mesmo o tom, “Bullet Head” (2017) questiona incessantemente as escolhas de seus protagonistas, e o diretor Paul Solet deixa os possíveis julgamentos para a audiência.

Filme sobre a vida e o legado de Manoel de Barros, o poeta das inutilidades, acaba de estrear na Netflix Divulgação / Netflix

Filme sobre a vida e o legado de Manoel de Barros, o poeta das inutilidades, acaba de estrear na Netflix

Uma das figuras mais reverenciadas e controversas da poesia nacional, Manoel de Barros (1916-2014) deixa-se finalmente estudar pela curiosidade do público em geral, representado pelo diretor pernambucano Pedro Cezar, um seu admirador confesso, em “Só Dez Por Cento é Mentira” (2010), retrospectiva da vida de Barros e o impacto de sua obra — popularizada tardiamente, quando já contava 72 anos — no quase sempre monótono cenário cultural brasileiro.

Um dos filmes mais amados pelo público na história do cinema está na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Um dos filmes mais amados pelo público na história do cinema está na Netflix

Os protagonistas de “A Lagoa Azul” (1980) têm essa etapa de sua história suprimida, e não se pode dizer que para eles o estar no mundo se lhes apresentou como uma felicidade sem fim. Um dos símbolos imagéticos mais fortes de uma geração, o filme de Randal Kleiser deve ser apreciado como, em essência, é — mormente por aqueles cuja idade regulava com a daquele par de alminhas ingênuas, subitamente forçadas a sobreviver num éden de beleza sem comparação, mas igualmente ameaçador.