Autor: Giancarlo Galdino

A segunda-feira pode ser uma grande aliada na nossa eterna busca por outros sete dias melhores, afinal, a segunda-feira é o dia de trabalho por excelência. Pense na segundona como a possibilidade de recomeço, de zerar o que não deu certo e seguir em frente, confiante de que a semana traz os melhores, os mais felizes sete dias da sua vida. A lista da Bula de hoje pinçou do vasto cardápio de filmes que dão sua honrosa contribuição à filosofia dez histórias que nos ajudam a preencher o vazio da segunda — e da semana que ela encabeça.

A beleza não é mero artifício para deleite dos olhos, ainda que, ou exatamente por isso, venha de uma obra de arte. A nossa lista de hoje tem sete filmes cujos enredos remetem à constatação de que ética e estética foram mesmo feitas da mesma costela. Imagem não é tudo, mas a depender do se veja, o cérebro é ativado de uma ou outra forma.

Às vezes a semana parece tão longa, mas tão longa que todo dia tem a beleza de uma segunda-feira. Quando acaba aquele período de trabalho árduo e, enfim, chega a redentora noite de sexta-feira, começo do repouso para muita gente, a vida se veste como para uma festa. Tudo tem mais graça, todos se sentem um pouco menos tolhidos pelas dores do mundo entre sexta, sábado e domingo. Foi para deixar seu fim de semana ainda mais iluminado que a Bula pensou na lista de hoje, com cinco diamantes em forma de cinema no catálogo da Netflix.

Todo homem dotado de alguma razão sabe que a morte é o único aspecto positivo da vida, justamente por se constituir na negação da própria vida e, consequentemente, na negação de toda vontade. E Arthur Schopenhauer, dono da razão, sabia disso muito bem. Tanto que sua obra máxima, “O Mundo Como Vontade e Representação”, versa sobre como só a razão, a verdadeira razão, é a única capaz de redimir, mesmo quando traiçoeira. E se a própria razão é traiçoeira, tudo o mais resta perdido.