Autor: Eberth Vêncio

A vida é um sonho pro tolo que vive aqui

A vida é um sonho pro tolo que vive aqui

Vagando nas ruas de São Paulo, tentando chegar vivo em casa, um louco me disse “Cara, eu tô com um palpite, acho que hoje vai chover canivete”. Porra, não acredite nas previsões de um patife! A vida é um sonho pro tolo que vive aqui. Penando dentro de um metrô, mais cheio que um elevador, um velho mudo me disse “Cara, eu vou ter um chilique, uma gestante vai parir no meu pé”. Porra, não acredite nas manhas de um patife! A vida é um sonho pro tolo que vive aqui.

Adeus, leitores. Este é meu último texto fofinho

Adeus, leitores. Este é meu último texto fofinho

Eu também gosto da poesia de Mario Quintana, mas tenho jogado minhas bigornas aos afogados. 90% do que escrevo sou eu ali, escarrado e triste; 10% é só pausa pra descanso. Não sou santo, mas confesso não me sentir muito à vontade mentindo na pauta, na cama, no confessionário, numa batida policial, numa entrevista, nas redes sociais. Pediram-me encarecidamente que eu escrevesse uns textos mais leves, altruístas, daqueles que falam de crianças brincando no playground, de virgens passeando sem malícia com seus esvoaçantes vestidos de cambraia num campo de centeio, de homens apaixonados escrevendo poemas de amor para as amadas.

Se um dia eu morrer, me enterrem com aquele terno de grife que o Dalai Lama me deu

Se um dia eu morrer, me enterrem com aquele terno de grife que o Dalai Lama me deu

Coincidências acontecem o tempo todo. Por exemplo: hoje, eu não quero escrever; hoje, vocês não querem ler. Pronto. Estamos empatados. Viram? Simples assim. Acontece. Por sinal, as coincidências sucedem de tal forma que muita gente debita os ocorreres do acaso a uma espécie de predileção divina, como se os deuses estivessem se divertindo ao nos ferrarem ou, ao contrário, como se eles realmente se interessassem pelos nossos ais. Ora, haja paciência e carneiros no céu! Aquilo ali em cima é apenas uma nuvem em movimento, seus tolos! Está comprovado: os raios e os IDH pífios (Índices de Desenvolvimento Humano) podem cair, sim, nos mesmos lugares. Ou seja, a eletricidade, a estatística, o espiritismo e a pobreza de espírito explicam um quase tudo nessa vida.

As promessas que eu faria pra ganhar seu coração

As promessas que eu faria pra ganhar seu coração

Prometo que as ruas serão, de novo, o playground da molecada. E digo mais: no que tange aos logradouros públicos, de maneira geral, prometo que todos os moradores de rua terão uma casa pra morar. Se isso não for possível, nós é que nos mudaremos para as ruas, a fim de finalmente sermos todos iguais perante a lei e a lira. Prometo que os beijos técnicos serão substituídos pelos beijos de língua, doa em quem doer.

Levanta, me serve um café, que o mundo acabou

Levanta, me serve um café, que o mundo acabou

Não importa o tamanho do regaço, eu vou é torcer pelo meteoro. Há milênios, os micróbios e as tempestades tentam (sem êxito) dar cabo da humanidade. Solidário aos malemolentes esforços da lama, eu aposto no cometa, na inexpugnável e desgovernada pedra fumegante que vai partir o planeta em pedacinhos, resolvendo de uma vez para sempre todos os dilemas do homem, como a fome de amor na África e a epidemia de banha nos Estados Unidos. Unidos venceremos? Às favas! Segue abaixo o melhor dos manuais para se destruir um mundo pior.