Autor: Amanda Silva

Netflix traz Sofia Carson e Corey Mylchreest em comédia romântica que divide opiniões, mas merece atenção Divulgação / Netflix

Netflix traz Sofia Carson e Corey Mylchreest em comédia romântica que divide opiniões, mas merece atenção

Poderia ser apenas mais uma caminhada despreocupada pelos becos envelhecidos de Oxford, pedras gastas pelo tempo, janelas que testemunharam amores antigos e sonhos abandonados, mas não foi. Deveria ser sobre uma jovem determinada que ansiava transcender a banalidade das conquistas financeiras por meio de palavras vitorianas empoeiradas e mal traduzidas, mas talvez isso nunca importasse de fato. Ao invés disso, Oxford torna-se apenas cenário; elegante, porém sem pulso próprio, mero pretexto de encontros quase trágicos e amores inevitavelmente previsíveis.

4 filmes que estrearam na Netflix esta semana e vão te fazer querer ficar em casa no sábado e no domingo — com prazer Divulgação / Netflix

4 filmes que estrearam na Netflix esta semana e vão te fazer querer ficar em casa no sábado e no domingo — com prazer

Entre reencontros inesperados com clássicos e estreias inéditas aguardadas, a Netflix reuniu quatro títulos que merecem mais do que atenção apressada. São histórias densas, inquietas, emocionalmente distintas — e todas desembarcaram na plataforma nesta semana. De um terminal onde a burocracia é o inimigo à arena onde o sangue ainda é espetáculo, passando por Oxford e Boston, o roteiro do seu fim de semana já chegou pronto. O difícil vai ser sair do sofá. Ou querer. Porque, sim, desta vez, ficar em casa faz sentido. E com certo prazer.

Acaba de estrear no Prime Video o grande vencedor do Oscar 2025 Divulgação / FilmNation Entertainment

Acaba de estrear no Prime Video o grande vencedor do Oscar 2025

A madrugada em Nova York não termina, apenas muda de cor. Entre o neon e o cinza, uma moça dança. Dança com o corpo treinado, mas o olhar de quem já aprendeu que não há salvação fora do palco. “Anora”, de Sean Baker, vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2025, começa onde tantos outros terminam: no instante em que a promessa implode e resta o contorno fosco da sobrevivência. É uma narrativa que se desenha como fábula tardia, mas logo recusa a moral. O que sobra é ruído. Um vazio iluminado por dólar amassado e presente caro, como se o luxo fosse suficiente para esquecer o que se vendeu para recebê-lo.

5 escritores que publicaram um único livro e entraram para a história

5 escritores que publicaram um único livro e entraram para a história

Cinco autores, cinco livros. E nenhuma segunda chance. Não porque tenham fracassado — ao contrário, tocaram algum nervo fundo da experiência humana —, mas porque o tempo não lhes deu espaço, ou porque o gesto único bastou. Publicaram um único romance e desapareceram. Uns cedo demais, outros em silêncio. O que ficou não foi só a obra, mas o rastro de algo irrealizado: o livro que faltou. O que não existiu. Mas talvez por isso mesmo, o que deixaram ressoa mais fundo do que muitos catálogos inteiros.

Pedro Pascal é o novo Keanu Reeves?

Pedro Pascal é o novo Keanu Reeves?

Aparece como quem não quer nada. Ou melhor, como quem já teve tudo arrancado e agora carrega o resto com delicadeza. Pedro Pascal se tornou um rosto de outro tempo, mas não do passado, de uma espécie de futuro cansado, vulnerável, que anda curvado sem pedir desculpas. Ele não representa força, representa desgaste. É o ícone improvável de uma nova masculinidade que cuida sem controle, protege sem armadura, morre sem glória. Ele não atua para vencer. Ele existe para que a derrota não pareça solitária.