Jacques Fux para maiores

Jacques Fux para maiores

O escritor Marcel Proust gostava de jogar uma brincadeira de salão chamada “Confissões”, onde os participantes respondiam perguntas pessoais. Em sua homenagem, hoje o jogo ficou conhecido como “Questionário Proust”. Para os íntimos “bate bola”. Mas, por conta do perfil do entrevistado de hoje, evitaremos usar essa expressão.

Corajosamente, o membro mais gozador da Revista Bula foi visitar o manchado divã do escritor Jacques Fux para, numa sessão de (anti) terapia, fazê-lo desnudar-se diante de nossos leitores. No sentido figurado, é claro. Foi tudo muito bem calculado (sim, Fux também é matemático). O premiado autor dos romances “Antiterapias” (vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura), “Brochadas” e “Meshugá — um Romance Sobre a Loucura” abriu-se completamente e falou sobre literatura, matemática, cultura judaica e, principalmente, brochadas, o motivo de sua fama e fortuna. Por incrível que pareça, desta vez, Jacques Fux não negou fogo. Suas respostas foram penetrantes. Se, por acaso, você não gostar da entrevista, já vou logo avisando: isso nunca aconteceu comigo antes.

Antiterapia cura brochada ou é tudo coisa de meshugá?

Como é ser famoso por suas brochadas?

Escritor matemático ou matemático escritor?

Brochada é golpe?

Borges ou Machado de Assis?

Quem é o Kid Bengala da literatura brasileira contemporânea? Quem é a Vivi Fernandes da literatura brasileira contemporânea? Quem é a Caroline Miranda (“Fiz pornô, continuo virgem”) da literatura brasileira contemporânea?

Qual escritor brasileiro é brochante?

Menção honrosa em prêmio literário é brochante?

Tirando o Ziraldo, existe mais alguém imbrochavel?

Quando matemático brocha ele diz “nunca aconteceu comigo antes” ou explica tecnicamente o ângulo?

Existe judeu burro?

Existe judeu pobre?

Existe judeu sem complexo de Édipo?

Freud é literatura?

Einstein é literatura?

Borges é matemática?

O que aconteceria num encontro literário entre os escritores Jacques Fux e Bruna Surfistinha?

Medalha Fields ou Nobel de Literatura?

Se 42 é a resposta, qual é a pergunta?

666 é o número da besta ou besta é quem acredita nisto?

Cabala é coisa séria ou só matemática para Madonna entender?

Todo neonazista é brocha?

Antissemitismo é coisa de?

O que é literatura brochante?

Quem dá três sem tirar: Marcelo Mirisola ou Reinaldo Moraes?

Se existe raiz quadrada dá para fazer uma bola quadrada para o Quico do Chaves?

Borges disse que uma biblioteca era sua visão de felicidade. Qual a sua?

Um matemático pegou a esposa do Alfred Nobel? Verdadeiro ou falso?

Woody Allen ou Caetano Veloso?

O que é mais brochante: Alexandre Frota ator pornô ou Alexandre Frota intelectual conservador?

Jacques Fux, Julián Fuks, Luiz Fux. Falta fucks no Brasil?

Qual será seu epitáfio? “Brochadas nunca mais”?

Ademir Luiz

Doutor em História Medieval. Pós-doutorado em Poéticas Visuais e Processos de Criação. Bolsista pesquisador do Instituto Camões de Portugal. Indicado ao Prêmio Capes de teses. Professor universitário, romancista, contista, critico, ensaísta e poeta bissexto. Criador da Teoria do Chaves, o texto mais lido e compartilhado da internet sul-americana.