5 livros brasileiros que venderam mais no exterior do que no Brasil

5 livros brasileiros que venderam mais no exterior do que no Brasil


Há quem diga que santo de casa não faz milagre. No caso da literatura brasileira, às vezes parece que a estante de casa também não faz muita questão. Enquanto alguns autores lutam para ser notados no próprio bairro, suas obras atravessam oceanos, são debatidas em universidades estrangeiras e ganham edições caprichadas em línguas que mal conseguimos pronunciar. É como se o Brasil dissesse: “vai, mas não me chama de mãe”. E o mundo, muito educadamente, responde: “obrigado, estava mesmo sentindo falta de uma prosa intensa com cheiro de realidade e gosto de jabuticaba”.

Nessa seleção, reunimos cinco livros brasileiros que viraram fenômeno de vendas lá fora enquanto, por aqui, ainda eram tratados como leitura “alternativa”, ou, pior, obrigatória no vestibular. Alguns viraram clássicos mundiais antes mesmo de cair no gosto do público brasileiro; outros encontraram no exterior a liberdade para circular sem preconceitos nem rótulos. O curioso é perceber como cada um carrega, de maneira visceral, um retrato do Brasil, mas foi preciso que estrangeiros o apontassem para que nós mesmos parássemos para olhar.

A lista que segue não tem intenção de julgar o leitor brasileiro, mas talvez seja uma leve provocação: por que precisamos de um selo da Oprah ou de uma adaptação na BBC para dar valor ao que nasce no quintal? Por que o sofrimento, o lirismo, o conflito e o sonho brasileiros emocionam leitores em Oslo, mas tropeçam na indiferença de São Paulo? Fica a reflexão, e, enquanto isso, as páginas abaixo continuam cruzando fronteiras com a mesma elegância com que ignoramos o talento que já nasceu em solo conhecido.