Envelheço para a vida. Para a alma, jamais!

Envelheço para a vida. Para a alma, jamais!

Não sou tão velho assim ou sou? Isso importa? A resposta é absolutamente simples: claro que não! O que importa não é idade cronologia, mas, sim, a idade da alma, aquela conectada ao sentimento puro do coração.

Estabelecida à conexão, posso, a partir de agora, acessar memórias que fazem dos pequenos momentos, momentos extraordinários. Da infância alegre, eternizada por sonhos de menino: futebol, bagunça, amores escolares. Claro, isso para nós. Para elas: bonecas, papéis de carta, príncipes. Estabeleci, talvez, a maior conexão comigo. Entendi que assim como os sonhos — aqueles da canção do Lô Borges —, que jamais envelhecem; a alma infantil fica intacta dentro de nós. Vai nos acompanhar até a eternidade. Nada mais leve, nada mais puro, do que acumular momentos; entender que somente acumulamos aquilo que amamos. A Infância, neste sentido, é um prato cheio.

Vamos subindo, saímos da fase mágica para chegarmos à adolescência. Posso dizer, sem medo, que essa fase também é única. Talvez nem tanto para os pais, coitados! Aqui trocamos a magia do abstrato, vivido na infância, por sentimentos reais, concretos. Buscamos respostas simples para perguntas nem tão simples. Quem somos? Para onde vamos? Como será o sexo? Confesso que a última dúvida é extremamente fascinante. Entretanto, fascinante é entender que nossas escolhas, aqui, vão nos dizer o que queremos e o que buscamos do mundo. Fato: infância, somada à adolescência, resultado: ensaio para a vida adulta.

Pois bem, chegamos… Chegamos ao momento crucial (fase adulta). Chegamos para seguir dois caminhos, apenas dois. São eles: o nosso caminho — baseado em tudo aquilo que sentimos e vivemos — ou o outro caminho — baseado e vivido — pela experiência que os outros vão querer nos impor? Só um detalhe: se o rio, mesmo nos piores cenários, encontra o mar; acredito, também, que possamos encontrar a nossa preciosa trilha — fica a dica.

Mundo chato, mundo sem opinião, não vou sentenciar. Todavia, digo, infelizmente, que: atualmente cultuamos e contemplamos a aparência. Cultuamos o ter ao ser; o egoísmo ao amor. Enfim, nunca estivemos tão conectados (mídias sociais), porém, nunca estivemos tão desconectados em relação ao que realmente importa. Pena não compreendermos que a dádiva maior nos dada é a vida disfarçada de alma. Algo interno e simples. Contudo, só a enxerga quem está conectado em praticar sentimentos simples, sentimentos solidários, sem aparências.

Leve a vida, sim, a sério. Só não se esqueça de apreciar a alma pura da infância que está oculta em você. Sem medo de errar, tenho comigo que: a contemplação da alma infantil amansa o universo e faz um milagre dentro de nós. Percorra o seu caminho com simplicidade, humildade e, claro, tenha ambição para conquistar suas metas. Disse ambição, por favor, jamais confundi-la com ganância e poder (erro comum daqueles que passaram a pintar a vida com uma só cor). Outro “simbólico” detalhe: valorize-se, sim, valorize-se. Digo isso, pois, enxergar a si próprio é o desafio mais complexo do ser humano, uma vez que não estamos acostumados a nos valorizar. Quando passarmos a entender isso, teremos uma possibilidade de decifrarmos uma das palavras de maior valor para os seres humanos: felicidade.

Onde há fé, há esperança. Onde há fé e esperança, há amor. E onde há fé, esperança e amor, haverá sempre a pureza infantil morando dentro de nós. Pureza que faz de nós seres livres, seres de luz, seres de sonhos, seres eternos…