Ideias

Por que a literatura brasileira, fora do Brasil, ficou restrita a Jorge Amado e Paulo Coelho

Por que a literatura brasileira, fora do Brasil, ficou restrita a Jorge Amado e Paulo Coelho

Apesar das traduções exitosas, costuma-se dizer que a repercussão da literatura brasileira no exterior permanece tímida. É coisa que uma política eficiente de divulgação resolveria? Ou em maior grau depende, também, de agenciamento e interesse jornalístico e editorial? Tudo isso, provavelmente. Mas, satisfeitas as condições externas, estaríamos aptos a satisfazer também as condições internas, isto é: a ficção brasileira é realmente um produto artístico de qualidades intrínsecas.

Toni Morrison lista os 10 passos que levam um país ao fascismo Bernard Gotfryd / Library of Congress

Toni Morrison lista os 10 passos que levam um país ao fascismo

Em 1920, Benito Mussolini começava sua ascensão tirânica rumo ao poder, valendo-se de um conjunto de ideias abertamente totalitárias, criminosas, mas legais, visto estarem amparadas pela Carta Magna que conseguira outorgar, e, pior, maciçamente apoiadas pelo cidadão comum e por homens ilustrados. Cinquenta anos depois da morte brutal de Mussolini — por aquele mesmo povo que lhe conferira total respaldo —, a escritora americana Toni Morrison lembrou que para se tornar a tempos de barbárie como aqueles é preciso só um passo, ou melhor, uma dezena deles, todos numa mesma direção: o desprezo pelo outro.

Há 123 anos nascia Jorge Luis Borges: 40 frases desconcertantes do gênio argentino Foto / Annemarie Heinrich

Há 123 anos nascia Jorge Luis Borges: 40 frases desconcertantes do gênio argentino

Em 29 de setembro de 1977, numa livraria em Brasília, comprei “Ficções”, de Jorge Luis Borges. Foi meu primeiro contato com a obra do autor e me encantei perdidamente. Aquele mesmo exemplar, já esfarelando, está sobre o meu criado de cabeceira e não passo mais de 15 dias sem que leia algum trecho. Além da fixação por “Ficções”, li toda a sua obra, que reputo grandiosa. Selecionei algumas frases do autor pelo seu aspecto desconcertante, surpreendente, pela fina ironia. Embora ele diga que seja incapaz de cometer uma ironia, o que é uma ironia dentro da ironia.

Philip Roth versus Ian McEwan

Philip Roth versus Ian McEwan

Não poucos estudiosos acreditam que a língua de Shakespeare produziu a maior das literaturas. Não vem ao caso discutir a procedência deste julgamento. Mas é certo que, indiscutivelmente, dois dos maiores escritores da atualidade, no mundo, são o inglês Ian McEwan e o norte-americano Philip Roth. Não terem ganhado o prêmio Nobel é apenas um detalhe que deporia contra o prestígio da academia. São dois magistrais romancistas, gênero por excelência de sua arte.