Não chore por mim, Valentina
Eram 11 dias do mês de setembro de 2013. Enquanto meu amor dormia, exausta de mim e do meu mau humor, no Hotel Losermanos, eu caminhava com Valentina, uma prostituta portenha que conheci quando passeava pelo famoso Cemitério da Recoleta em Buenos Aires, considerado por todos — exceto pelos mortos, é claro — um dos mais belos e portentosos cemitérios do planeta. A moça cumpria o ritual de visitar os túmulos de Evita Perón (um dos mais modestos do pedaço, aliás, considerando a predominante opulência arquitetônico-escultural das catacumbas), do soldado desconhecido, da prostituta desconhecida e da dignidade desconhecida. É isso: a vida é uma guerra diuturna, seus cães.