Romper a barreira entre espectador e personagem é um desafio raro no cinema, mas “O Reformatório Nickel” o faz com uma precisão assombrosa. RaMell Ross nos insere na experiência sensorial e psicológica de Elwood Curtis, um jovem tragado por um sistema brutal, forçando-nos a sentir cada instante de sua trajetória. Mais que um drama histórico, a obra nos obriga a confrontar a memória coletiva e a cicatriz que a injustiça imprime no tempo.

No cenário atual de remakes e adaptações que reciclam narrativas sem grandes inovações, “Minha Culpa: Londres” busca um equilíbrio entre a familiaridade e um refinamento discreto. O longa britânico reduz o tom melodramático da versão espanhola e aposta em um olhar mais introspectivo sobre seus personagens. Ainda que não escape dos clichês do gênero, consegue se destacar pelo desempenho dos protagonistas e por um senso autoconsciente.