Transpassado por questões sociais de vulto, como o fluxo de emigrantes para a Europa, “O Que Ficou Para Trás” (2020), primeira experiência de Remi Weekes como diretor e no acervo da Netflix, se vale do terror pincelado por ficção científica a fim de se estender sobre a tétrica condição por que passam refugiados em todo o mundo. Um tema que deveria ser motivo de inquietação para todas as sociedades ditas civilizadas.
Os meus olhos cínicos, ou melhor, os meus olhos clínicos identificam inchaço e hematoma no seu rosto de mulher preta. Todos já sabem que foi surra do companheiro, mas, ela garante que esbarrou a cabeça numa cômoda, nada de mais, não se preocupe.
Todd Haynes se destacou ao longo da carreira por dirigir filmes intimistas, sensíveis às tantas agruras do homem, quer as particulares, quer as comunitárias. Repercutindo em cada quadro as turbulências anímicas de seus personagens, em “O Preço da Verdade”, dispara contra o capitalismo em sua pior versão, a que prefere faturar umas centenas de milhões de dólares a mais, ainda que a população de uma pequena cidade americana desenvolva problemas de saúde graves e, por óbvio, a economia do lugar também se ressinta da tacanheza dessa péssima decisão.
O Brasil de 2021 está imitando as cenas iniciais do filme “Interestelar” (2014), de Christopher Nolan. Nos estados agrícolas do centro-sul brasileiro, a terra vermelha e desmatada para o plantio é varrida por ventos de cerca de 100 quilômetros por hora. Há uma ausência crônica de chuvas — traduzida para o nome técnico de crise hídrica.
As preocupações que lutem. Se você está em busca de um momento de abstração e relaxamento, deite-se no sofá, jogue as pernas para o alto e se entregue ao ócio e à Netflix. Nada como um bom filme para descansar a cabeça e esquecer dos problemas. Afinal de contas, ninguém é obrigado a viver sob pressão 100% do tempo. A Revista Bula selecionou filmes novinhos para você desapegar do estresse.