Baseado em uma história real, “A Trincheira Infinita” explora a vida de Higinio Blanco, opositor do regime de Francisco Franco na Espanha, que, para escapar da repressão, é forçado a viver escondido em sua própria casa por 33 anos. O filme, dirigido por Jon Garaño, Aitor Arregi e Jose Mari Goenaga, retrata a luta silenciosa pela sobrevivência durante a ditadura, capturando o medo, a resistência e os desafios de um homem que enfrenta o isolamento em meio a um regime opressor.

Em “Amor em Águas Turvas”, o diretor Yûsuke Taki explora os limites do suspense ao combinar mistério e romance a bordo de um cruzeiro de luxo. A trama envolve o assassinato de um milionário, enquanto os passageiros, incluindo um mordomo dedicado e uma mulher enigmática, lidam com segredos e relações inesperadas. Inspirado na tensão de Hitchcock, o filme provoca questionamentos não só sobre o culpado, mas também sobre o poder das conexões humanas em meio ao perigo.

Junto com o argentino, o cinema do Chile às vezes parece uma ilha de criatividade e sofisticação na América Latina. Com “No Lugar da Outra”, Maite Alberdi continua subindo o nível, porém mirando outros alvos. Agora, num misto de romance policial e biografia, a diretora conta um pedaço tragicômico da vida da escritora María Carolina Geel (1913-1996), a partir de “As Homicidas”, o suspense publicado por Alia Trabucco Zerán em 2023. E a menção a tantas mulheres não é casual.

Lançado em dezembro de 1996, “Jerry Maguire: A Grande Virada” permanece uma obra leve, mas profunda, que explora questões fundamentais sobre ética e sucesso. Quase três décadas depois, o filme, disponível na Netflix, oferece uma reflexão sobre a jornada de um homem que ousa enfrentar o status quo, apenas para descobrir que a honestidade pode ser uma faca de dois gumes. A metáfora do futebol, sabiamente escolhida por Cameron Crowe, funciona como um espelho das contradições humanas, onde a paixão cega e o jogo de interesses se entrelaçam em uma trama cheia de dilemas morais.

Em diversos momentos de “Guerra e Revolta” — um drama histórico ambientado no período pós-revolta de Jeong Yeo-rip, em 1589, na Coreia — fica inegavelmente claro que o roteiro é obra de Park Chan-wook. O humor corrosivo de Park e sua propensão a retratar a violência com um toque operístico permeiam algumas das cenas mais marcantes, como a que mostra uma espada cravada no pescoço de um soldado morto, segurada por uma mão decepada. Essa mordacidade de Park proporciona uma identificação imediata com seu estilo único.