Por que as mulheres querem amar se elas podem ser felizes?

Por que as mulheres querem amar se elas podem ser felizes?

O que as mulheres querem, afinal? Por que tanta divergência, tantas reclamações, desencontros e desencaixes? Existe uma infinidade de gente avulsa perambulando pelas ruas atrás de companhia. Mas só companhia não basta. Elas estão em busca de amor. Mas amor também não é o suficiente. Querem amar e ser amadas. Para que se sintam completas precisam da sintonia de um amor feito cabo com duas saídas, um conector de encaixe duplo com a mesma voltagem, que ligue uma ponta à outra e faça ascender o interruptor da felicidade a dois.

Alguém pode me dizer onde vende esse maldito conector? Porque, honestamente, o problema não está nos pretendes e seus sinceros votos, tampouco conosco e nosso empenho para fazer funcionar um romance em poucos cliques. A peça que falta para nos fixar ao outro não é o amor, minha gente. Acreditem. Aliás, felicidade não tem a ver com amor. Deixemos a carência sentimental e a necessidade de amar fora disso. O que faz o nosso coração acender de primeira é a tal da sintonia. O famoso “click”.

Imagina um rádio chiando, fora da estação. Sinta o incômodo, o barulho enervando. Assim estamos à procura de uma melodia qualquer. Então, avançamos, voltamos, e sutilmente sentimos a música, clara e limpa, vibrando e expandindo. Pronto! Encontramos o balanço perfeito! Isso é amor? Não. Mas é recíproco. E reciprocidade é o melhor começo, meio e fim de qualquer ligação afetiva.

Encaixar na mesma frequência e encontrar o entrosamento é mais difícil que apaixonar-se. Porque paixão distorce os sentidos, cega as imperfeições e faz pulsar qualidades que nós atribuímos ao outro, mas que não necessariamente o pertencem. Enfim, paixão e amor são prospecções nossas, enquanto a afinidade simplesmente existe por si só. Existe e é sentida nos dois lados.

Que mania nós temos de perseguir o amor como se fosse um fugitivo. Afinal de contas, será que ele é à prova de balas? Por que temos a necessidade de amar, caramba? Antes de assassiná-lo numa encruzilhada, não seria melhor viver, gozar das trocas justas, sejam elas quais forem?

Bom mesmo é a reciprocidade dos desejos, a sintonia dos afetos, a vontade mútua de estar junto. Conectar-se assim é a forma mais honesta e real de ser feliz.

Quer saber? Se não for amor, dane-se. Não dá para ter tudo nessa vida. Eu só quero ouvir a minha música em paz.